Não, não vem de agora, esta “moda” pedagógica de empanturrar
escolarmente os meninos com carradas e carradas de horas vitamínicas de Português
(não Literatura, da verdadeira, que essa não existe a bem dizer nos currículos)
de Matemática, ou Inglês, deixando as outras à míngua famélica de uma carga
horária exígua, de 100 minutos ou mesmo 50 deles por semana. Também não será de
admirar que determinadas disciplinas tenham sofrido o ataque, o opróbrio, a
chacota de nada servirem para o PIB, o deficit, as finanças públicas e há que
as ostracizar, desprestigiar, acabar com elas se possível.
Um “cratino” ou uma “lulufrufru”
conseguiriam lá vislumbrar a mínima importância da Educação Visual, da Educação
Musical, da Educação Tecnológica, entre outras para a formação de um jovem? Mas
não só estas disciplinas que têm levado no “lombo” pela estupidez governativa
no que diz respeito a Educação. A Filosofia é outro exemplo carismático de uma
área do saber cada vez mais arredia dos interesses do poder dominante em
relação ao Ensino e nem vou perder tempo a explicar as razões tão simples elas
são.
Acontece que cá por casa somos adeptos da introdução da
Filosofia no ensino básico e logo no 1º Ciclo, fosse nas AEC, fosse agora na
Oferta complementar, mas podemos tirar o cavalinho da chuva, porque….
E quando se fala de filosofia para crianças e jovens tem de
se referir Oscar Brenifier e já gora o
seu companheiro de ilustração, Jacques Desprès. “L’Aprenti-Philosophe”, “Les
Petits albums de philosophie” , “PhiloZenfants” entre outras, bem como “O Livro
dos Grandes Opostos Filosóficos”, que lhes ganjeou o “Prix de la Presse des Jeunes”
em 2008, o prémio Jeunesse France Télévision” no mesmo ano, e em 2009 o prémio
“La Science se Livre”, bastavam para colocar Brenifier e Després como dois
belíssimos lutadores da Filosofia como ideário comum na vida em geral e na
Educação em particular, mesmo dos mais jovens.
E todo este “relambório” para quê? Para comprarem os livros?
E porque não? Eles estão traduzidos da Nathan e em Português nas EdiCare Editora. Porque tem alguma relação com o Xadrez?
Claro! No capítulo dos Opostos, relacionado com a Razão e a Paixão, O Xadrez
aparece como ilustração da razão, para duas páginas à frente Benifier nos
confrontar com a possibilidade de a inovação, a genialidade ser uma combinação “subtil
dessas duas facetas da nossa personalidade, que nem sempre se dão bem”.
E talvez o Xadrez seja isso, uma enorme possibilidade de criatividade
humana entre “paixão e razão”.
Sem comentários:
Enviar um comentário