Aqui no limiar da tarde, enquanto repasso no meu melhor tabuleiro e peças algumas das suas partidas.
Caro Mestre, vai para anos escrevi (lhe) que ainda era cedo para a promoção. Caissa não quis, pronto.
Daqueles que respeito e gosto, prefiro a repousada ternura da memória , sobretudo quando partem.
Aqui no meu blogue vários textos sobre o Mestre. Agora mais um. Até um dia para uma partida amigável, Mestre Durão.
Os que partem trazem o fogo à extremidade do tabuleiro
Para além da oitava casa o que procuram não sei
o mistério talvez…
de amor morrem isso sei.
Na geometria diáfana de um quadrado
o incendiado milagre da multiplicação,
a omissa e abstrata procura de uma verdade
impura como a realidade do pensamento,
como se fosse possível explicar sopro de respiração.
Um jogo, sim, de mecânicos adotados silêncios,
um jogo, sim, esse e o da vida que não consente empate,
um jogo, sim, o xadrezvida
gesto habitado e suspenso, soletrado lance a lance
no mastigar paciente da morte.
Os que partem trazem o fogo à extremidade do tabuleiro.
Xadrez Memória - A.V