Já me tinha referido várias vezes a ele neste espaço como um dos grandes autores de xadrez atuais e talvez de sempre. Vai para tempos tive de "ensinar" a muito ignorante americano no "bar bexigoso" e comercialão do Chess.com quem era Crouch e calculo que a incultura xadrezista reinante não permita a muitos ter um livro de Crouch numa biblioteca de xadrez que se preze de o ser.
How To Defend in Chess foi só o primeiro livro sobre Lasker ( e já tinha alguns) que me permitiu perceber um pouco da genialidade e jogo "estranho" deste formidável Campeão, tal como no mesmo livro a abordagem sobre outro meu ídolo, Tigran Petrosian, não deixa de ser menos genial. Este livro de Colin Crouch é um diamante no meio de milhares e milhares de calhaus que vão soterrando o parolo, otário e indigente mercado e comprador do livro do xadrez.
Hastings 1895, The Centenary Book, escrito com Kean Haines, de edição limitada e por isso raro, é um dos melhores livros de Torneio que algum dia se escreveram e prova que é possível pegar num livro de época e sem "computadorizar, sem armar ao pingarelho analista, (re) fazer um torneio histórico. Grandioso como poucos este livro. Não tenho pejo em dizer, ao nível de um Zurique 53 de Bronstein, ou de um Karlsbad 1907 de Marco e Schlechter.
Outros livros excelentes de Crouch ( e até belas partidas de MI) poderia citar aqui, mas chega.
Morreu Colin Crouch e o xadrez ficou mais pobre. A literatura xadrezista, a boa, a grande escrita do xadrez perdeu um daqueles que amava o xadrez e que acima de tudo respeitava para quem escrevia, os amadores de xadrez na verdadeira acepção da palavra. Tenho os livros de Crouch à minha frente, pego num dos meus melhores tabuleiros, no livro de Hastings 1895 e vou viajar com Colin Crouch até 1895.