Não lhe sei bem a idade nem me interessa! Parece ter passado dos 80, mas para mim, aquele sorriso entre o maroto e o gaiato, será sempre o do Mestre!
Apeteceu-me escrever sobre o Mestre, pronto! Devo-lhe muito, mas mesmo muito no meu crescimento de e para um determinado xadrez - paixão.
A memória, a gratidão, a História, e sobretudo, o respeito, o imenso respeito sempre misturado por uma enorme ternura por determinadas pessoas do Xadrez Nacional, nomeadamente do meu Clube!
Se algumas pessoas do Xadrez me passam com velocidade de cometas sem brilho, sem qualquer ligação mínimo-afectiva que seja, por “celebridades” que sejam ou “bicos-de – pés” em que se colocaram, outras, guardo-as tesouros preciosos na minha memória…para sempre. No meu Clube, um Gilbert, um Sr. Carvalho, um Jacinto Alves “Amizade”, um Passos, um Belmiro, um Augusto Faria, foram fermentos de memória com que me fui construindo mundo-xadrezista! Sinto o que deles fui observando, o que deles, mesmo sem nunca lhes ter comunicado, fui aprendendo, mas custa-me verbalizar essa ternura da memória. Aqui no meu blogue, de quando em vez, a eles darei guarida, ao que deles em mim gravado ficou do bom do xadrez, da paixão do xadrez. Registe-se para memória futura a grandeza de amadores xadxrezísticos que muitos foram!
Disto vive um clube com qualquer coisa como 71 anos de vida! Disto deveria viver algum do xadrez Português, das suas grandezas, de alguns “suores” do passado, de alguma da sua História! Mas não, preferem-se as misérias do presente, as virtualidades, os pobres actores novelescos que o perspectivam para futuro nenhum, embora achem que sim! Não me afecta a ignorância sobre o Xadrez, porque essa pode-se corrigir, mas é bem mais difícil, corrigir a burrice ensimesmada, a arrogância petulante , o desaforo e deserto afectivo de muito xadrezista em relação aos seus clubes, aos seus colegas, ao seu passado! Um Torneiozinho memorialístico de rápidas, resolve! Não resolve coisa nenhuma!
MESTRE ÁLVARO MACHADO
Devo muito a este Homem do meu Clube e do Xadrez Portuense. Nas mesas do meu Grupo de Xadrez do Porto, tenho passado dos momentos mais bonitos e sinceramente xadrezísticos desde que me lembro apaixonado do Xadrez. Seja numa análise e comentários de uma partida, no simples reproduzir de outra, ou naquilo que Mestre Machado mais adora – a análise de finais, é uma honra ouvir os seus conselhos, as suas “dicas”, ou vê-lo mexer nos “trabelhos” para propor esta ou aquela sequência de jogadas num final de Bispo e Cavalo, ou de Torres, acompanhado daquilo sorriso entrecortado e maroto, do estilo “ em bem dizia” , ou “ vá por mim”, quando muitas vezes confirmava as análises de um Lasker, de um Capablanca, de um Botrvinnik ou Fischer, que se encontravam nos livros que geralmente me acompanham quando visito o GXP aos Sábados de tarde.
Efectivamente Mestre Machado tem, teve desde que o conheci, um gosto e uma intuição para os finais que sempre me fascinou. Quantas vezes perdidos numa qualquer posição de fim de partida, ele encontrava a jogada ou jogadas salvadoras, perante a nosso desespero de achar que não, e ter que admitir ao fim de muitos minutos que sim, que o “MESTRE” tem razão! Ele ri-se, com aquele sorriso altaneiro de experiência feito, de muitos anos de xadrez, jogado, visto, analisado.
Muitas vezes rio com ele, porque fico com a sensação engraçada que analisar finais com Mestre Álvaro Machado é uma espécie de “limpar o rabo a meninos” com se diz no nosso Porto, e evidentemente o rabo a limpar é o nosso, que com as nossas teorias somos muitas vezes atropelados pela lógica da sua experiência.
Muito devo na minha paixão pelo Xadrez ao Mestre Machado! No meio do matraque dos relógios, na fúria do xadrez “minuteiro” do xadrez troca-peças, da balbúrdia-vida do meu Clube num Sábado de tarde, onde se encontram quase por telepatia o “NezhmetPaulo”, o “Alvisilva”, o “Cletkov”, o “MiesesRodrigues”, o “Américkower”, entre outras encarnações de “Lucky Lucky” xadrezísticos do passado, posso ter a certeza que quando está Mestre Machado naquela já vestuta sala de Passos Manuel, consigo esquecer o barulho, as rápidas e rapidinhas de mesas frontais, para lhe mostrar o meu último livro, as minhas adquiridas últimas peças, ou analisar determinada partida que me fascinou.
Mestre Machado Senta-se e o encantamento dele é novo, fresco, como o meu o foi quando vi as peças, o livro, ou a partida. Depois, como as cerejas, a conversa envereda pelas “Gajas” o o xadrez, e respeitinho é muito bonito com a Judith Polgar, porque joga xadrez e do magnífico, e com a Kosteniuk porque não jogando xadrez do magnífico, tens outros atributos magníficos que aos olhos do Mestre Álvaro Machado, perdoam essa não magnificência nos quadrados do tabuleiro, que os terá noutras domínios de mobiliário.
E rimo-nos com alegria e franqueza, para de repente disparar “ Arlindo” não me arranja isto ou aquilo do ChessCafe, ou do TWIC, ou os artigos do Nuestro Círculo , ou os finais de… e por aí fora! É que este Homem continua ao “point “ tecnológico e não lhe escapa nem Fritz, nem Chessbase nem afins e lá foi construindo no seu computador uma base de dados assinalável!
A minha dívida com Mestre Machado, prende-se também com materiais de xadrez que guarda religiosamente e que me foi facultando para consulta, fossem fotos raras, livros, folhetos de torneios, ou mesmo as suas peças de xadrez de estimação.
Devo-lhe também, o relato de factos relacionados com a História do meu Grupo de Xadrez do Porto, da identificação de algumas personagens já desaparecidas plasmadas “carpe diem” nas fotografias, bem como algumas “estórias” fascinantes da vida do Clube.
E que longa vida no meu GXP, a de Mestre Álvaro Machado! Sócio nº 2, 64 anos de associado, admitido que foi em 17 de Outubro de 1947! Jogador consagrado, Mestre Nacional, quase sempre deu o “corpo ao manifesto” pelo Clube, exceptuando raras ocasiões, em que motivos curiosos teve de se “Salgueirar” (para criar à altura um Clube artificial) para transformar o xadrez num desporto jornalístico, ou teve de pregar grossa “pêra” na cara de determinada personagem que se queria apoderar dos destinos do Clube ao estilo “golpe militar”.
Por estas e outras Histórias fascinantes, uma ou outra Direcção do Clube não tratou o Mestre Machado como ele merecia à altura, e ainda hoje o lamenta, e eu não menos, o não estar presente fisicamente na vitória desportiva mais importante do GX Porto : a conquista do Campeonato Nacional da 1ª Divisão, ( Campeonato de Portugal por Equipas) realizado na Figueira da Foz em 1953. Não esteve presente, mas teve a sua mãozinha este título, pelo trabalho e prestígio que ia granjeando para o Clube nessa altura. Na vitrina dos troféus, é uma taça pequenina, quase insignificante pelo tamanho, mas de grande valor simbólico, e sempre que a observo, o nome de Mestre Álvaro Machado está-lhe ligado indelevelmente mesmo não fazendo parte da equipa. Tolices minhas!
E que currículo o de Mestre Álvaro Machado! (retirado de de um panfleto da 5ª simultânea do Mestre Álvaro Machado. INATEL 18-06-1977)
1947 - Iniciou a prática do Xadrez
1948 - Participou pela 1ª vez no "Torneio Iniciação (para principiantes), tendo obtido o 1º lugar da sua série.
1948/49 - Venceu sensacionalmente os Campeonatos do Clube Xadrez do Porto das 3ª, 2ª, e 1ª Categorias. No mesmo ano disputou ainda o "Torneio de Honra", classificando-se em 3º lugar.
1949/53 - Venceu os quatro Campeonatos da 1ª Categoria do Clube de Xadrez do Porto.
1955 - Obteve o 2º lugar no campeonato da "Categoria de Honra", o que lhe permitiu disputar o "Torneio de Mestres" que venceu, sagrando-se assim "MESTRE DA FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE XADREZ".
1956 - Participou num Torneio Internacional, em Saragoça. Aqui obteve uma das suas melhores vitórias ao derrotar o polaco SZPACENKOFF que já não perdia desde o início da época.
Disputou dois grandes Campeonatos Nacionais, conseguindo um 4º e 5º lugares. Fez parte da equipa do Clube de Xadrez do Porto, que capitaneava, vencendo oito Camp. Regionais e um Nacional.
1969 - Foi nomeado Árbitro Internacional ao fazer parte da equipa de arbitragem de uma das eliminatórias do Campeonato do Mundo (Torneio Zonal Europa I - disputado no Algarve).
Em Provas Corporativas venceu 3 Campeonatos Nacionais, individual, e quatro por equipas. Formou e orientou Escolas de Xadrez no Clube Xadrez do Porto e na Hidouro.
A sua partida mais longa ( 8 Horas ) foi disputada João Mário Ribeiro e terminou empatada. Venceu diversos Torneis Particulares. Foi Director das Provas de Xadrez e Damas do INATEL Desde 2004 até hoje - continua activo na dinamização do Xadrez, participando com árbitro e organizador de várias Provas.
No Jornal O Jogo de 13-3-1985 num artigo a si dedicado, escrito por Carlos Santos, bem referido que : “ Álvaro Machado abandonou há muito a prática do xadrez para se dedicar exclusivamente á sua dinamização. Foi dos melhores jogadores portugueses, obtendo o título de mestre nacional. Uma das suas partidas ficou célebre em toda a Europa". (Partida com Jorge Babo, ao tempo jogador dos Fenianos , jogada no Torneio Aniversário do CDUP em 1955 – reproduzida no postal dedicado ao Mestre, lançado pela FPX)
Como jogador, Mestre Álvaro Machado era um forte jogador, bastante forte mesmo, se nos referirmos ao meados dos anos 50, altura em que foi claramente um dos melhores jogadores nacionais. Jogador perigoso, com forte apetência táctica e gosto pelo Rei, não demonstrava ainda a subtileza e categoria com que irá tratar a última fase do jogo – os finais – competência que trabalhará e desenvolverá mais tarde.
Vejamos então a referida partida com Jorge Babo.
MACHADO,ÁLVARO - BABO,JORGE [C42]
An.CDUP, 1955 [Arlindo Vieira]
1.e4 Cf6 2.Cc3 e5 3.Cf3 d6
Este lance embora jogável é inferior à habitual saído do Cavalo negro a c6-abertura dos Quatro Cavalos. Para quê limitar o raio de acção do Bispo Negro da Ala-de-Rei. Talvez só a justificação de querer entrar numa defesa Philidor
4.h3
Demasiado cauteloso. Álvaro Machado em vez de atacar imediatamente o centro, prefere um lance profiláctico, diria melhore, de espera.
4...Be7 5.Be2 0–0 6.d3 h6 7.Be3 c5 8.Dd2 Te8 9.g4
Com um centro semi- cerrado, as Brancas iniciam as hostilidades no flanco de Rei. O lance da partida é jogável, mas deveria ter em conta uma possível reacção clássica das negras a um ataque de flanco
9...g5?
Um mau lance que viola as regras mais elementares do xadrez. A um ataque de flanco deveria corresponder o conceito pré-steinitziano de contra-ataque no centro. A reacção central as negras aliviaria o seu jogo, dando espaço de manobra no jogo do centro às suas peças [9...d5 10.exd5 (10.g5 hxg5 11.Bxg5 d4 12.Cb1 Db6 13.c3 Cc6 com bom jogo) 10...Cxd5 11.0–0–0 Cc6 12.Ce4 Dc7 era jogável e bom para as negras]
10.h4!
Simples, claro e objectivo! Tudo o que se pode pedir a um bom lance no Xadrez. Não se pode afirmar que a partida esteja ganha por Mestre Machado, todavia as Brancas controlam completamente o tabuleiro, ditando a dinâmica do Jogo (a sua) e obrigando as negras a um trabalho aturado de defesa da posição, já estrategicamente muito debilitada
10...Cxg4 11.hxg5 Cxe3 12.Dxe3 Bxg5?
Erro, este sim já com influência no desenrolar da partida! Que reflectiram as Negras na posição? Que trocando peças se aliviaria a defesa? Mas nestas posições as considerações abstractas e "literárias" têm de ser substituídas por uma análise concreta da posição, de estudo analítico dos lances, das possibilidades objectivas de defesa. [12...hxg5 13.Cd5 f6 14.0–0–0 Be6 15.Th2 Bf8 e embora com posição difícil as negras defendem-se]
13.Cxg5 hxg5??
os dois pontos de interrogação aqui justificam-se porque existe uma sequência completamente errónea de lances das negras no seu conceito de defesa! Não existiu um plano consistente, nem a capacidade de uma análise detalhada dos lances. Jogaram ao "correr da mão" e conforme o "susto" que a posição ia transmitindo. Aqui as negras não tomaram de Dama em g5 porque temeram o salto do Cavalo Branco a d5, quase de certeza! Mas o xadrez não é feito a acertar! Existe uma lógica férrea no tabuleiro! Isso distingue os jogadores: aqueles que conseguem jogar segundo uma ideia e a táctica enquadra nela, mesmo que se adapte às mudanças,e aqueles que jogam no estilo " ele ameaça isto eu faço aquilo" a este lance eu respondo com este" , mas o inapelável relógio mostra que " E se ele joga aqueloutro, estou feito! E com isto não quero desprestigiar Mestre Jorge Babo de quem conheço algumas partidas e que foi um fortíssimo jogador dos anos 50 e um emérito jogador por Correspondência! Simplesmente nesta partida, tudo correu mal, num dia-não de tabuleiro! [13...Dxg5 14.Cd5 Be6 Dar a qualidade, não traria diferença no resultado, todavia permitira a resistência, e não a miniatura que se aproxima 15.Cc7 Ca6 16.Cxe8 Txe8 17.Txh6 Dxe3 18.fxe3 Rg7]
14.Df3
[14.Cd5 Também ganhava]
14...Rg7
resignação.Um bocadinho melhor era a variante [14...Be6 15.Dh5 Df6 16.Cb5 Ca6 17.Cxd6 Teb8]
15.Cd5!?
Mestre Machado vê a ideia, mas retarda-a, talvez sentindo que a posição está ganha de todas maneiras. Claramente mais bonito era [15.Th7+ Rxh7 16.Dxf7+ Rh8 17.0–0–0 Bh3 18.Th1 g4 19.Bxg4 Dg5+ 20.Rb1 Dxg4 21.Dxe8+]
15...Cc6
[15...Be6 perdido por perdido, era melhor 16.Dh5 Th8 17.Dxh8+ Dxh8 18.Txh8 Bxd5 19.Th5 Be6 20.Txg5+]
16.0–0–0
[16.Th7+]
16...Cd4?
ajuda ao mate [16...f6 17.Cxf6 Th8 18.Txh8 Dxh8 19.Tg1 Dh6 20.Ce8+]
17.Th7+
e o mate com Df7 e Th1 não se pode evitar
1–0
Brancas: Rg1; Dd1 ; Tf1; Te1 ; Ch1 ; Cc1 ; Ba1 ; Bb1 ; Peões normais
Negras: Rg8 ; Dd8 ; Tf8; Te8 ; Ch8 ; Cc8 ; Ba8; Bb8 ; idem
Mestre Álvaro Machado A – Francisco Sim-Sim
Camp.Nacional Partida Livre, 1961
[Arlindo Vieira]
1.e4 b6 2.b3 e5 3.Ng3 Ng6 4.Nce2 Nd6 5.c4 c5 6.Nc3 Qg5?!
7.Cd5 Cc8?!
Este movimento pendular das peças negras, viola um princípio básico da abertura relacionado com o tempo: movimentar a mesma peça duas vezes. Claro que existem excepções à regra, que não são mais do que isso - excepções. Qualquer das alternativas era melhor [7...f6; 7...Bxd5! 8.exd5 f5 9.Bxe5 Cxe5 10.Txe5 Txe5 11.f4 Dh4 12.fxe5 é duvidoso que as Brancas estejam melhor; 7...Bc6 8.De2 Cf4 9.Cxf4 Dxf4 10.Ch5 Dh4 11.f4 f6 12.fxe5 com igualdade]
8.Te3 Bd6?
um lance sem grande, para não dizer nenhum, alcance estratégico. [8...Cf4 9.Df3 Cd6 10.a3 b5 11.Tc1 Cxd5 12.cxd5 Tc8 13.Bc3 igualdade dinâmica; 8...Cce7 9.Cf5 (9.Df3 Bxd5 10.exd5 f5 11.d3 Ch4 12.Dh5 Dxh5 13.Cxh5 igualdade) 9...Bxd5 10.Cxe7+ Txe7 11.exd5 f5 12.Tfe1 f4 com jogo complexo]
9.Cf5 Dd8?!
Aqui sim, valia a pena recuar. As negras teriam de reconhecer a sua má estratégia de abertura e jogar [9...Bb8 10.Tg3 Dd8 11.Dh5 h6 12.f4 b5 13.cxb5 Bxd5 14.exd5 com grande vantagem das Brancas]
10.Dg4?!
É um lance que dá o toque para o primeiro sinal de ataque ao roque negro, apontando a uma certa fragilidade do peão g7. Todavia.. [10.Dh5 h6 11.f4 Bb8 12.Th3 (12.fxe5 Dg5 13.Dxg5 hxg5 14.Cd6 vantagem clara) 12...Bxd5 13.exd5 Cxf4 14.Cxh6+ e ganham]
10...Be7?
Outro lance "para trás" ! E como diz o ditado popular "para trás mi... a burra!". Claro que a posição negra não é boa, mas não está isenta de possibilidades defensivas A entrega de um peão visa a tentativa de montar um esquema de defesa do roque, mas... [10...b5!? 11.Th3 h6 12.cxb5 Bb8 13.Tc1 Cb6 14.Cde3 d6 15.a3; 10...Bb8 11.Th3 h6 12.f4 b5 13.Dh5 Bxd5 14.exd5 Cxf4 15.Cxh6+ vantagem decisiva]
11.Bxe5 Bg5?
[11...h5; 11...Bxd5 12.exd5 Bf6 13.Bg3 Bg5 14.Txe8 Txe8 15.d4±]
12.f4?
Mestre Machado procura afincadamente o Rei Negro, com um ataque em massa ao roque negro. Todavia uma análise mais cuidada da posição, teria mostrado que o ataque das brancas não é tão linear , directo como parece ser! Muito melhor seria... [12.Bc7 Bxe3 13.Bxd8 Bxd5 14.fxe3 Bxc4 15.bxc4 Txd8 16.d4 Tfe8 e as negras sobrevivem, mas não por muito tempo!;
12.Bxg7 Bxd5 13.f4 Be6 14.Bxf8 Bf6 E novamente as brancas têm uma vantagem quase decisiva.]
12...Cxe5 13.fxe5 Txe5?
porque não? [13...Bxd5! 14.Tg3 Be6 15.Dxg5 Dxg5 16.Txg5 Bxf5 17.Tgxf5 g6 18.Tf6 com apenas vantagem ligeira das Brancas]
14.h4?
Mestre Álvaro Machado continua a sua política do"Rei Negro ou Nada", mas equivoca-se tacticamente. Nesta posição as brancas teriam uma variante que lhes daria vantagem apreciável. [14.Tg3! Bxd5 15.exd5 g6 16.Dxg5 Dxg5 17.Txg5 Rh8 18.Ch6 Txg5 19.Cxf7+]
14...Bxe3+
[14...Txf5 15.exf5 Bxe3+ 16.dxe3 f6 17.Be4 Cd6 18.Bf3 Te8 19.h5 com ataque]
15.dxe3 g6 16.Cf6+ Rh8 17.Dg5 Te6??
Um erro incrível, causado ou por tempo, ou por desacreditar na posição, ou seja as negras deveriam ter achado que estavam sem defesa. Ou pura e simplesmente esqueceram-se da torre no ar em f8! [17...Rfe8! e é muito difícil as brancas continuarem o ataque! Teriam de entrar em variantes de simplificação que quando muito lhe dariam vantagem posicional.; [17...Tfe8! 18.Cxe8 Dxg5 19.hxg5 gxf5 20.Cc7 Bxe4 21.Bxe4 Txe4 22.Txf5; 17...Tg8 18.Cxg8 Dxg5 19.hxg5 gxf5 20.Ch6 Rg7 21.exf5 Txe3 22.f6+]
18.Dh6 Dxf6 19.Dxf8#