Foi dos primeiros jogos soviéticos
que comprei. Vai para uma boa duas dezenas de anos e no Centro comercial
Brasília numa loja que vendia diversas bugigangas, bonecas insufláveis e…jogos
de xadrez.
É aquilo que se chama um jogo de viagem. O
jogo de peças não é nada de especial, a não ser aquelas características típicas
de muitas peças de xadrez soviéticas: desenho simples, quase estilizado,
fabrico em madeira "fraquita", óbvia ausência de cruz nos Reis, embora estas
peças também tenham a ausência das célebres "carapuças de bola"de cor cruzada
quer nas damas, quer nos bispos, quer embora já fossem presença em peças dos
anos 20-30 no centro da Europa, depois de vão tornar imagem de marca das peças
de xadrez características dos países ditos então do bloco de Leste, entre elas
as da Checoslováquia e Jugoslávia. Outra curiosa característica das peças ( tal
como em muitos jogos de leste) é o tamanho generoso dos Peões ( o Peão alma do
xadrez - Steinitziano?) .
Ah! O tabuleiro é original. È daqueles
dobráveis, com base para guardar as peças em baixo da superfície de jogo e,
aqui também se nota um pormenor que sempre me fascinou nos jogos de peças soviéticos.
A estreiteza das casas dos tabuleiros face ao tamanho das peças, melhor dizendo,
a base das peças. Tenho centenas e centenas de fotos quer de jogadores
soviéticos, quer de torneios e, exceptuando os Campeonatos da URSS, na sua fase
final, é extraordinário ver como as peças parecem não respirar nos tabuleiros,
isto é, parecem apertadas, juntas, quase que ocupam toda casa em que estão,
dando uma má visibilidade geral.
É fantástico ver fotos de torneios das “Forças
Armadas”, ou Campeonatos dos Sindicato, por equipas, e ver as condições de
jogo! Como se realizavam grandes partidas, enormes combinações, belíssimos
finais nestes tabuleiros exíguos de 4,5- 5 cm de casa para bases de peças de 4
ou 4,5 cm de Base, fascina-me. Que eu saiba os jogadores soviéticos nunca se
queixaram, habituados como estavam! Curioso é que nas finais dos Campeonatos da
URSS, isto não acontecia, pois as fotos mostram as mesmas peças, mas agora “arejadas”,
livres, em tabuleiros claramente de 5,5, 6 cm de casa, o que também não me
deixa de surpreender.
Talvez a enorme massificação do xadrez, a necessidade da
fabricação de milhões e milhões de jogos, obrigasse a poupanças, a facilidade
de transporte e utilização dos tabuleiros. Não sei. Estou a pensar alto.
Aliás, esta característica muito
soviética de estreitar casas de tabuleiro para Peças de xadrez em que o Rei
quase chega aos 11 -12 cm, levou a um pandemónio nas Olimpíadas de Xadrez de
Moscovo de 1994, com os jogadores quase a fazerem um “levantamento de peças”
devido a esta circunstância bem como a outras ( O Galego e o Kevin Spraggett
sabem a que me refiro), mas isso ficará para outro artigo e outras peças
soviéticas, prometo!
Que dizer dos resultados das eleições para a AG da FPX? Apenas duas notas: 1-Quanto a representantes dos clubes, Aveiro e Braga estiveram mal mas nada de significativo que conte para o totobola, mas o Porto com 11 votos na lista de burros sem dinâmica nem percurso nenhum no xadrez e que até fazem brochuras de propaganda? Ainda por cima, quanto pior mais acima na lista se colocam! Realmente, os medíocres sabem rodear-se de outros iguais a eles como braços-direitos compondo o resto do quadro dessa maravilhosa brochura com mais uns quantos caídos do céu por desconhecimento. Será que a norte existe alguma consciência no acto de votar sobre o real percurso das pessoas? Da sua ética, dinâmica ou falta delas? Ou será que se organiza uma manada de jovens para votarem ás cegas sem qualquer consciência de qualidades humanas dos candidatos ao poleiro? Sinceramente, deveriam existir jornalistas de xadrez á boca das urnas a fazerem inquéritos que devia ser bonito ouvir as respostas!
ResponderEliminarQuanto á lista dos representantes dos árbitros, só a notar que é triste não haver mais opções e lá termos de gramar novamente com os articulistas especialistas em regulamentos e leis mas coitados desprovidos de bom senso, quanto ao resto tudo bem, quanto mais verdadeiros xadrezistas aparecerem nas listas melhor e se possivel novos jovens valores para dar uma lufada de ar fresco neste anafado xadrez nacional. Faço votos para que em 2013 tenhamos um excelênte Grand Prix em Lisboa com todos os GM´s de topo da actualidade e Portugal possa fazer desse evento um sucesso para alguma continuidade uma vez que tudo nos tem de ser imposto de fora.
julgo que o blogue do Arlindo é um sitio onde se aprendem factos do verdadeiro xadrez e da sua história e não sitio de comentários sobre o xadrez atual em Portugal, como o comentário acima...
ResponderEliminarForça Arlindo, continua a maravilhar-nos com as tuas histórias- e para quando a republicação de artigos que publicaste no antigo LUSOXADREZ? Nós, amantes da modalidade, aguardamos:))) Um abraço
Artur Rosário
Desculpe lá, é que os sites do regime FPX, Xadrez64 e AXL não têm correio nem contraditório e cartas com selo também não são lidas. Evitei mandar uma mensagem para um blog em Faro para contactar o Porto! Entendi o título "Xadrez Memória" como uma mensagem para memória futura. O GXP também não permite comentários, mas numa época de total informação tudo se sabe. Quanto ao erro de voto na B foi uma armadilha previsível, porque ambas as listas de representantes dos clubes são perigosas. Era uma escolha do diabo! Realmente o não voto seria o caminho ideal. A votação nas listas de praticantes demonstra realmente o que a comunidade quer! Praticantes e sangue novo! Força para o blog, é realmente um sitio onde gosto de vir aprender factos sobre a história.
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