Este artigo é para quem tem muita paciência e talvez tempo...um pouco que seja!
E continuando a escrever de Bobby Fischer... passado mais de um ano da sua morte, continuo a afirmar que as melhores homenagens que lhe foram prestadas foram aquelas realizadas por todos aqueles que apelido de “AMADORES” do xadrez, aqueles que considero a verdadeira alma do xadrez, os “piços”, os sem qualquer título. Em sites, no YouTube, em blogues, apareceram verdadeiras “jóias” sentidas, de memória, sobre Fischer, bem diferentes da conveniência, da inépcia, do cinzento articulado numa Chessbase, ou TWIC, ou ChessCafe. E apareceram, focando sobretudo aquele Fischer que interessa a um verdadeiro amante do Xadrez: o génio das 64 casas que nos deixou obras primas inegualáveis de arte xadrezística, ou seja, não misturando “alhos com bugalhos”, o Fischer neurótico, psicótico, ou outro “ótico” qualquer, com as suas partidas magistrais de um beleza apolínia e singularidade como poucas.
Apesar de aqui e ali desactualizado (Ex: aspectos agora revelados sobre Regina, sua mãe), este livro, continua impávido e sereno a ser a única biografia de categoria de Fischer. Lê-se como um romance e apesar de Brady ter conhecido e admirado o fenómeno americano, consegue um distanciamento necessário para nos dar belíssimas páginas. 26 bonitas fotos a P/B, 15 páginas de “crosstables” e 90 partidas comentadas (muito ligeiramente, nem tudo pode ser perfeito), dão a este livro o lugar que ele merece actualmente: ser a única biografia respeitada pela comunidade xadrezística. Talvez daqui a uns anos, com certo distanciamento, alguém se aventure a escrever outra, mais ampla, mais documentada, mais explícita, particularmente da vida de Bobby a partir de 1972. para esta biografia. Ah! Na Amazon uk, ou alemã, este livro tem o preço de 7 libras, ou 12 EUR, embora nos alfarrabistas europeus de confiança , ou via Alibris, ou Abebooks, se possa comprar ao preço da “uva mijona” por 1.200 mil reis (4 libras). Notação descritiva. Como o Carsten Hansen , no Checkpoint : 5 “trelinhas”
Smyslov, Tahl, Yudasin, Tukmakov, Bobby Fi scher , 3 Vol , Edicio nes Eseuve, 1992
Levy, David N. L. , How Fischer Plays Chess, Collins, Glasg o w and L ondon,1975
Donaldson, John, Tangborn, Eric, The Unknown Bobby Fisch er, International Chess Enterprises,Sea tlle, 1999
Mednis, Edmar, How To Beat Bobby Fischer, Bantam Chess Books, EUA, 1975
Entre as 61 derrotas de Fischer existem três que ainda hoje me fascinam, porque uma foi com um jogador, que salvo erro na altura nem MI era, e a outra com um “Não classificado”, digamos, um jogador de 1ª categoria eq uatoriano, e outra com um jogador que sempre apreciei e um dos mestres da arte do xadrez. Em todas as três partidas, Fischer nem jogou mal, simplesmente, foi transbordado do tabuleiro, através de conta-ataques notáveis dos seus adversário s, digamos no estilo de “ nem água bebes” : Fischer-Kovaceviv ( Rovinj Zagreb, 1970) ; Fischer – Munõz, (Ol Leipzig 1960) ; Fischer – Kholmov ( Havana, 1965). Vejam estas partidas, que não deixam de ser homenagens a Fischer!
Mas então a que conclusão chegou Mednis, sobre a forma de ganhar a Fischer? Mais ou menos do estilo irónico:
A- Não tentar surpreender Fscher com aberturas ou variantes raras ou duvidosas, porque, o génio conhecias todas, ou refutava implacavelm ente no tabuleiro!
B- Não crie fraquezas estruturais na posição, para procurar compensações obscuras. Fischer aí nadará como peixe na água.
C- Jogue lances simples e nunca aqueles que sente não sere m os melhores, só para complicar, porque…
D- Nunca aceite com Bobby, uma posição ligeira (issima) inferior, seja no meio-jogo ou final, para tentar resistir, porque Pet rosian e Spassky também tentaram com o resultado conhecido.
E- Jogue aberturas sólidas e sadias, quer de brancas, quer de n egras.
F- Entre uma posição estratégica bem definida, e uma táct ica complicada, evite a todo o custo a estratégica. Fischer nunca gostou muito de tácticas obscuras e complexas.
G- Se puder, crie posições loucas no tabuleiro, posições s elvagens, porque Fischer gosta da claridade, da certeza.
Em resumo, um belo livro, com texto e variantes (não muito complexas) que aborda as possíveis fraquezas deste grande jogador. Pode-se comprar na Web por 3, 4 Euros!
Voronkov, Sergey , Dmitry Plisetsky , Russians versus Fischer, Everyman Chess, 2005
Um nova edição ampliada de um clássico. Nada que não soubessemos, ou pelo menos que não suspeitassemos sobre o trabalho da máquina soviética no intuito de impedir que Fischer atingiu o apogeu do xadrez mundial. Histórias fantásticas, confidências, secretismos, todo o trabalho de uma máquina poderosa contra o xadrez de um só homem. Depois, as partidas comentadas por GM soviéticos daqueles com que Fischer competiu. Sobre os autores: Excelentes! Plisetsky, já tinha escrito em 87, juntamente com Voronkov, um livro excelente sobre Janowsky na colecção russa “Black Series” e é sem dú vida, o homem por detrás da parte histórica dos Meus Grandes Predece ssores do Kasparov-disso nunguém tenha dúvidas! Voronko v, é um autor consagradíssimo na história do xadrez, e o seu último trabalho “Shedevry i dramy chempionatov SSSR 1920-1937” - “Obras Primas e Tragédias dos Campeonatos Soviéticos 1930-1937” ( infelizmente só em russo- é o livro que tenho na mão na imagem do meu perfil ) é um livro extraordinário de amor ao xadrez, pela pesquisa, pela arte, pelo respeito pelo passado!
Desde a forma como Fischer preferia as estruturas de peões, como planeava o jogo, pelo seu gosto de colocar as peças, a estratégia, a procura de clarividência, o estilo rectilíneo e vigilante, o poder de Fischer reduzir as opções do adversário, tudo Agur estudo, com exemplos maravilhosos tirados das partidas do Campeão. Mas também, a vontade férrea de jogar para ganhar, a maneira como Fischer raramente desaproveitava as chances práticas que determinadas posições proporcionavam, as armadilhas que criava, ou a sua enor me perspicácia táctica, bem como a sua técnica e jogo com o par de Bispos, ou finais de Torre com Bispos de cor contrária, tudo é estudado por Agur. Os erros de Fischer, aqui e ali alguma superficialidade, ou mesmo o desaproveitar de algumas p osições claramente ganhas, ou as gafes, também não deixam de passar no crivo de Elie Agur. É um estudo fascinante metódico, quase um tratado de xadrez a nível de meio-jogo e final, quase uma nova dimensão de escrever xadrez, sobre xadrez.
Agur, nascido em 1949, em Israel, Filósofo e jogador de x adrez de horas vagas, nem sequer era titulado quando escreveu o livro, coisa que devia ter espantado o mundo, mas não: granjeou invejas, comentários idiotas de titulados, como Silman denuncia, quando analisou pela primeira vez o livro. Foram três anos, grande parte deles em Haye, com Fischer, com partidas de Fischer, com uma reflexa filosófica, sobre a filosofia de xadrez de Fischer. O que d aqui saiu é imperdível, e biblioteca de xadrez que não tenha esta obra magnífica, será antes um “caixotim” fuck you xadrezista, lamento!
Porque preferi a versão francesa? Pura e simplesmente, porque os idiotas da Cadogan, esqueceram-se de um pormenor: o livro analisa a partir de posições, mas é fascinante ir ver as partidas, para chegar a essas posições, ou mesmo ver como terminaram. A versa francesa tem as partidas completas das posições estudadas no final do livro. Nas primeiras da Cadogan, nada. Este livro é ouro puro, que nem precisa do toque de midas do xadrezist a. Lê-lo é uma dádiva! Ah! Deixem-me só escrever um pormenor: O Hubner no seu CD sobre Fischer para a Chessbase, mostra debaixo de uma pseudo admiração por este livro, uma inveja quase psicanalítica sobre o livro de Ag ur!
...Y Ahora Bobby Fischer Campéon D el Mundo, Jaque 1972
Fischer, Bobby, My 60 Memorable Games, Faber and Faber, London, 1972
Um livro claro, puro, que se lê como o mais belo romance de xadrez, que se folheia com amor, que se reproduz as partidas como se fora a primeira vez, e sobretudo com jóias de brilho e cores refulgentes. Uma maravilha de lógica, de equílibrio, de contenção de variantes e texto, quase um tratado clássico! Triliões de “trelinhas” Peço um favor: um treinador de Xadrez que não tenha aconselhado, digo, obrigado um seu pupilo na casa dos 1700-1900 a ler este livro , “Out”, Rua, Dar volta ao bilhar grande, com ele. Um jovem jogador promissor, ou não que queira progredir, e não tenha analisado estas partidas será sempre o tal JJPQNVLN (Jovem Jogador Português Que Não Vai a Lado Nenhum)
Outro aviso: Há três versões deste livro que não devem tocar, por perigo de contágio, virose, ou estupidez aguda:
A – A versão da Batsford, porque quem adultera o que Fischer escreveu, coisa que o enlouquecia. A minha é original, inglesa e aprovada pelo génio, a outra é a da Simon and Schuster! Burgess, Nunn, grandes autores, aqui borraram tudo e W. Winter Mostra isso no célebre artigo (entre outros) “Fischer’s Fury” .
B- Uma versão que possuo, a célebre versão Russa das 60 , que para Fischer, não foram memoráveis , mas miseráveis. Um roubo, um escândalo à soviética, sem direitos de autor, sem nada! Que tributo de amor e ódio a Fischer desta gente! ( Bem, também roubaram o livro de Larsen!) . Engraçada a Fotografia da 1ª página deste livro russo é maravilhoso e único e metafórico: Fischer um bocado esgrouviado lança para a direita um olhar furibundo, quase a dizer “ Caros senhores Soviéticos, que é esta Mer…??!”. Vá lá surripiarem a versão original da Simon and Schuster de 1969.
C- O Fischer do Hübner, da Chessbase, ( CD ROM) que é um escarro na parte do Húbner! Claramente Fischer não é campeão de eleição para Hübner...mas quem será? O homem num acto de verdadeiro onanismo invejoso, faz das 60 memoráveis do Fischer, as 60 memoráveis do Hübner! Claro com computadores até dizer chega! Depois enumera dezenas de defeitos no Jogo de Fischer, depois de um estudo aturado do seu jogo. Não só faz isto, como ainda se agorra o direito de tentar desprestigiar o livro de Agur, “pegando” na profissão de filósofo do autor. Hübner é uma figura interessantíssima do xadrez, para uns paranóico e megalómano, até dizer basta, para outros um homem de grande nível cultural, que estando no xadrez é personagem exterior ao xadrez e por isso comm perspectivas diferentes de quem dele exclusivamente vive. Não sei. Sei apenas que a sua procura sistemática da verdade numa partida de xadrez , principalmente quando se colocam computadores a procurar essa verdade, me irrita profundamente, principalmente, porque a dita verdade nunca é alcançada por ninguém no seu perfeito juízo, já que ninguém terá paciência para ler aquele emaranhado de páginas e páginas de variantes! Aquilo não é xadrez, é: Aquilo que poderia ter acontecido se...; aquilo que não aconteceu porque,...mas poderia; o que virá a acontecer se se jogar variante A, B, ou C; o que nunca aconteceu, porque o jogador não jogou aquilo, etc, etc.! Ainda agora li um extracto em alemão sobre o recente livro de Robert Hübner sobre o Match Steinitz-Lasker “Der Weltmeisterschaftskampf Lasker - Steinitz 1894” e o que eu temia, aquilo é assustador!
Temos SteinitzHübner de um lado e HübnerLasker do outro. E pensar que Robert Hübner está na equipa redactorial do futuro livro da Sociedade Lasker com 900 páginas sobre o meu ídolo, dá-me arrepios.
Claro que escrever sobre o Fischer do Kasparov dos My Great Predecessors, dava outro artigo enorme. Grande livro sem dúvida, conclusões duvidosas. Não me perguntem porquê, mas o a "ferida narcísica" de Kasparov, falou mais alto do que o grande campeão e profundo conhecedor do xadrez e da sua história. Aqui e ali, se pegarem numa "lupa" notam quase esse desejo de "matar" não o pai, mas um pouco a lenda para o refulgir da sua.
Já agora... nesta série, sem dúvida o 1º volume não é o mais famoso e, principalmente o escrito sobre Lasker, não me apaixonaram por aí além, enquanto o 2º e 3º, são livros verdadeiramente extraordinários: Hinos à História do Xadrez.
O De Fischer é maravilhoso: não entendo, ninguém entende o "amor" de Kasparov a Reshevsky ( tantas páginas?), com análises e comentários soberbos, todavia sobre o papel de Fischer na História do Xadrez, Kasparov, patina, ou pelo menos é pouco consistente na análise do jogo de Bobby. Opiniões,que se há-de fazer!
Acrescento: Para o Meu Amigo Alexandre Monteiro, depois do seu comentário e, com um pedido de desculpas pelo esquecimento,aí vai o Fischer-Spassky do Mequinho!
Moran, Pablo , Bobby Fischer , Su Vida Y Partidas, Coleccion Escaques, nº 37 Ediciones Martinez Roca, Barcelona, 1972
Edmonds, David, Eidinow, John , A Guerra de Bobby Fischer , Temas e Debates,2007
Já o conhecia da versão americana. Um livro interessante, abrangente , mas nada mais do que isso. Nada, ou muito pouco, traz de novo ao conhecimento de Fischer, ou aos meandros já conhecidos da Guerra – Fria, e das picardias do Match Fischer – Spassky. Lê-se bem, mas no fim, pelo preço, merecíamos dois em um, e o outro não aparece. Um livro que se não fosse escrito, não morreriam aves!
WADE, Robert G , O’Connell, Kevin, J, Todas as Partidas de Bobby Fischer (desde 1955 Hasta 1973), Bruguera Ajedrez, Editorial Bruguera, Barcelona,1973
É a tradução espanhola do inglês “ The Games of Bobby Fischer” da Batsford. Esta versão é uma raridade e tenho a certeza que na ebay, poderia ir claramente aos 150, 200 Euros. Não sei se tem todas, todas as partidas, mas tem quase todas e as que interessam. Tenho este livro com a capa num estado miserável e escurinho de tanto o manusear, prova provada, que fui mesmo um predestinado, a “neca” do xadrez, pois tanto reproduzi as partidas do livro! E todas! Textos de Bisguier, alguma história dos Campeonatos dos EUA, um estudo de Keres, outro de Barden, um estudo do reportório de aberturas de Fischer, Indíce de aberturas, de adversários e 770 partidas, umas comentadas estilo Informador, outras com texto, tornaram este livro o ideal para uma visão global da obra genial de F ischer no tabuleiro. Foi na altura um “must” da Batsford, mas a versão espanhola que possuo, teve uma edição limitada, como limitada foi a vida da Bruguera Ajedrez. Cartonado, notação descritiva (parece que existe uma moderna versão em notação algébrica), um belo livro. Talvez só o “ Bobby Fischer: Complete Games of the American World Chess Champion” de Lou Hays, faça concorrência a Wade e Connell. Este livro praticamente só se arranja nos alfarrabistas Web e no mínimo quem quiser a versão inglesa terá de despender cerca de 20 libras!.
Smyslov, Tahl, Yudasin, Tukmakov, Bobby Fi scher , 3 Vol , Edicio nes Eseuve, 1992
Levy, David N. L. , How Fischer Plays Chess, Collins, Glasg o w and L ondon,1975
Donaldson, John, Tangborn, Eric, The Unknown Bobby Fisch er, International Chess Enterprises,Sea tlle, 1999
Mednis, Edmar, How To Beat Bobby Fischer, Bantam Chess Books, EUA, 1975
Entre as 61 derrotas de Fischer existem três que ainda hoje me fascinam, porque uma foi com um jogador, que salvo erro na altura nem MI era, e a outra com um “Não classificado”, digamos, um jogador de 1ª categoria eq uatoriano, e outra com um jogador que sempre apreciei e um dos mestres da arte do xadrez. Em todas as três partidas, Fischer nem jogou mal, simplesmente, foi transbordado do tabuleiro, através de conta-ataques notáveis dos seus adversário s, digamos no estilo de “ nem água bebes” : Fischer-Kovaceviv ( Rovinj Zagreb, 1970) ; Fischer – Munõz, (Ol Leipzig 1960) ; Fischer – Kholmov ( Havana, 1965). Vejam estas partidas, que não deixam de ser homenagens a Fischer!
Mas então a que conclusão chegou Mednis, sobre a forma de ganhar a Fischer? Mais ou menos do estilo irónico:
A- Não tentar surpreender Fscher com aberturas ou variantes raras ou duvidosas, porque, o génio conhecias todas, ou refutava implacavelm ente no tabuleiro!
B- Não crie fraquezas estruturais na posição, para procurar compensações obscuras. Fischer aí nadará como peixe na água.
C- Jogue lances simples e nunca aqueles que sente não sere m os melhores, só para complicar, porque…
D- Nunca aceite com Bobby, uma posição ligeira (issima) inferior, seja no meio-jogo ou final, para tentar resistir, porque Pet rosian e Spassky também tentaram com o resultado conhecido.
E- Jogue aberturas sólidas e sadias, quer de brancas, quer de n egras.
F- Entre uma posição estratégica bem definida, e uma táct ica complicada, evite a todo o custo a estratégica. Fischer nunca gostou muito de tácticas obscuras e complexas.
G- Se puder, crie posições loucas no tabuleiro, posições s elvagens, porque Fischer gosta da claridade, da certeza.
Em resumo, um belo livro, com texto e variantes (não muito complexas) que aborda as possíveis fraquezas deste grande jogador. Pode-se comprar na Web por 3, 4 Euros!
Bejelica, Dimitri, Bobby Fischer, Col.Reyes del Ajedrez,Zugarto Ediciones, 1992
Soltis, Andy, Bobby Fischer Rediscovered, B.T. Batsford,2003
Euwe, Max, Jan Timman, Fischer World Champion, New In Chess, 2009
Voronkov, Sergey , Dmitry Plisetsky , Russians versus Fischer, Everyman Chess, 2005
Um nova edição ampliada de um clássico. Nada que não soubessemos, ou pelo menos que não suspeitassemos sobre o trabalho da máquina soviética no intuito de impedir que Fischer atingiu o apogeu do xadrez mundial. Histórias fantásticas, confidências, secretismos, todo o trabalho de uma máquina poderosa contra o xadrez de um só homem. Depois, as partidas comentadas por GM soviéticos daqueles com que Fischer competiu. Sobre os autores: Excelentes! Plisetsky, já tinha escrito em 87, juntamente com Voronkov, um livro excelente sobre Janowsky na colecção russa “Black Series” e é sem dú vida, o homem por detrás da parte histórica dos Meus Grandes Predece ssores do Kasparov-disso nunguém tenha dúvidas! Voronko v, é um autor consagradíssimo na história do xadrez, e o seu último trabalho “Shedevry i dramy chempionatov SSSR 1920-1937” - “Obras Primas e Tragédias dos Campeonatos Soviéticos 1930-1937” ( infelizmente só em russo- é o livro que tenho na mão na imagem do meu perfil ) é um livro extraordinário de amor ao xadrez, pela pesquisa, pela arte, pelo respeito pelo passado!
Agur, Elie, Bobby Fischer, Une Étude de Son Aproche des Échecs, Grasset, 1994
Desde a forma como Fischer preferia as estruturas de peões, como planeava o jogo, pelo seu gosto de colocar as peças, a estratégia, a procura de clarividência, o estilo rectilíneo e vigilante, o poder de Fischer reduzir as opções do adversário, tudo Agur estudo, com exemplos maravilhosos tirados das partidas do Campeão. Mas também, a vontade férrea de jogar para ganhar, a maneira como Fischer raramente desaproveitava as chances práticas que determinadas posições proporcionavam, as armadilhas que criava, ou a sua enor me perspicácia táctica, bem como a sua técnica e jogo com o par de Bispos, ou finais de Torre com Bispos de cor contrária, tudo é estudado por Agur. Os erros de Fischer, aqui e ali alguma superficialidade, ou mesmo o desaproveitar de algumas p osições claramente ganhas, ou as gafes, também não deixam de passar no crivo de Elie Agur. É um estudo fascinante metódico, quase um tratado de xadrez a nível de meio-jogo e final, quase uma nova dimensão de escrever xadrez, sobre xadrez.
Agur, nascido em 1949, em Israel, Filósofo e jogador de x adrez de horas vagas, nem sequer era titulado quando escreveu o livro, coisa que devia ter espantado o mundo, mas não: granjeou invejas, comentários idiotas de titulados, como Silman denuncia, quando analisou pela primeira vez o livro. Foram três anos, grande parte deles em Haye, com Fischer, com partidas de Fischer, com uma reflexa filosófica, sobre a filosofia de xadrez de Fischer. O que d aqui saiu é imperdível, e biblioteca de xadrez que não tenha esta obra magnífica, será antes um “caixotim” fuck you xadrezista, lamento!
Porque preferi a versão francesa? Pura e simplesmente, porque os idiotas da Cadogan, esqueceram-se de um pormenor: o livro analisa a partir de posições, mas é fascinante ir ver as partidas, para chegar a essas posições, ou mesmo ver como terminaram. A versa francesa tem as partidas completas das posições estudadas no final do livro. Nas primeiras da Cadogan, nada. Este livro é ouro puro, que nem precisa do toque de midas do xadrezist a. Lê-lo é uma dádiva! Ah! Deixem-me só escrever um pormenor: O Hubner no seu CD sobre Fischer para a Chessbase, mostra debaixo de uma pseudo admiração por este livro, uma inveja quase psicanalítica sobre o livro de Ag ur!
...Y Ahora Bobby Fischer Campéon D el Mundo, Jaque 1972
Fischer, Bobby, My 60 Memorable Games, Faber and Faber, London, 1972
Um livro claro, puro, que se lê como o mais belo romance de xadrez, que se folheia com amor, que se reproduz as partidas como se fora a primeira vez, e sobretudo com jóias de brilho e cores refulgentes. Uma maravilha de lógica, de equílibrio, de contenção de variantes e texto, quase um tratado clássico! Triliões de “trelinhas” Peço um favor: um treinador de Xadrez que não tenha aconselhado, digo, obrigado um seu pupilo na casa dos 1700-1900 a ler este livro , “Out”, Rua, Dar volta ao bilhar grande, com ele. Um jovem jogador promissor, ou não que queira progredir, e não tenha analisado estas partidas será sempre o tal JJPQNVLN (Jovem Jogador Português Que Não Vai a Lado Nenhum)
Outro aviso: Há três versões deste livro que não devem tocar, por perigo de contágio, virose, ou estupidez aguda:
A – A versão da Batsford, porque quem adultera o que Fischer escreveu, coisa que o enlouquecia. A minha é original, inglesa e aprovada pelo génio, a outra é a da Simon and Schuster! Burgess, Nunn, grandes autores, aqui borraram tudo e W. Winter Mostra isso no célebre artigo (entre outros) “Fischer’s Fury” .
B- Uma versão que possuo, a célebre versão Russa das 60 , que para Fischer, não foram memoráveis , mas miseráveis. Um roubo, um escândalo à soviética, sem direitos de autor, sem nada! Que tributo de amor e ódio a Fischer desta gente! ( Bem, também roubaram o livro de Larsen!) . Engraçada a Fotografia da 1ª página deste livro russo é maravilhoso e único e metafórico: Fischer um bocado esgrouviado lança para a direita um olhar furibundo, quase a dizer “ Caros senhores Soviéticos, que é esta Mer…??!”. Vá lá surripiarem a versão original da Simon and Schuster de 1969.
C- O Fischer do Hübner, da Chessbase, ( CD ROM) que é um escarro na parte do Húbner! Claramente Fischer não é campeão de eleição para Hübner...mas quem será? O homem num acto de verdadeiro onanismo invejoso, faz das 60 memoráveis do Fischer, as 60 memoráveis do Hübner! Claro com computadores até dizer chega! Depois enumera dezenas de defeitos no Jogo de Fischer, depois de um estudo aturado do seu jogo. Não só faz isto, como ainda se agorra o direito de tentar desprestigiar o livro de Agur, “pegando” na profissão de filósofo do autor. Hübner é uma figura interessantíssima do xadrez, para uns paranóico e megalómano, até dizer basta, para outros um homem de grande nível cultural, que estando no xadrez é personagem exterior ao xadrez e por isso comm perspectivas diferentes de quem dele exclusivamente vive. Não sei. Sei apenas que a sua procura sistemática da verdade numa partida de xadrez , principalmente quando se colocam computadores a procurar essa verdade, me irrita profundamente, principalmente, porque a dita verdade nunca é alcançada por ninguém no seu perfeito juízo, já que ninguém terá paciência para ler aquele emaranhado de páginas e páginas de variantes! Aquilo não é xadrez, é: Aquilo que poderia ter acontecido se...; aquilo que não aconteceu porque,...mas poderia; o que virá a acontecer se se jogar variante A, B, ou C; o que nunca aconteceu, porque o jogador não jogou aquilo, etc, etc.! Ainda agora li um extracto em alemão sobre o recente livro de Robert Hübner sobre o Match Steinitz-Lasker “Der Weltmeisterschaftskampf Lasker - Steinitz 1894” e o que eu temia, aquilo é assustador!
Temos SteinitzHübner de um lado e HübnerLasker do outro. E pensar que Robert Hübner está na equipa redactorial do futuro livro da Sociedade Lasker com 900 páginas sobre o meu ídolo, dá-me arrepios.
Claro que escrever sobre o Fischer do Kasparov dos My Great Predecessors, dava outro artigo enorme. Grande livro sem dúvida, conclusões duvidosas. Não me perguntem porquê, mas o a "ferida narcísica" de Kasparov, falou mais alto do que o grande campeão e profundo conhecedor do xadrez e da sua história. Aqui e ali, se pegarem numa "lupa" notam quase esse desejo de "matar" não o pai, mas um pouco a lenda para o refulgir da sua.
Já agora... nesta série, sem dúvida o 1º volume não é o mais famoso e, principalmente o escrito sobre Lasker, não me apaixonaram por aí além, enquanto o 2º e 3º, são livros verdadeiramente extraordinários: Hinos à História do Xadrez.
O De Fischer é maravilhoso: não entendo, ninguém entende o "amor" de Kasparov a Reshevsky ( tantas páginas?), com análises e comentários soberbos, todavia sobre o papel de Fischer na História do Xadrez, Kasparov, patina, ou pelo menos é pouco consistente na análise do jogo de Bobby. Opiniões,que se há-de fazer!
Acrescento: Para o Meu Amigo Alexandre Monteiro, depois do seu comentário e, com um pedido de desculpas pelo esquecimento,aí vai o Fischer-Spassky do Mequinho!
E pronto...ainda falta falar referir um pequeno livro sobre o match Fischer-Spassky, mas esse para relembrar uma figura do xadrez português que muito aprecio. Ficará para outro artigo.
Grande resenha Arlindo!
ResponderEliminarA excelência do jogo de Fischer, a sua estranha personalidade e o impacto do match de Reikjavik fizeram surgir centenas de livros à volta de Bobby.
Quando comecei a interessar-me por Xadrez lembro-me de descobrir uma esquecida edição brasileira sobre o match do século de autoria de Henrique Mecking, o prodígio brasileiro que depois e de Fischer e Larsen era talvez o grande jogador do ocidente dos finais dos anos 60. Olhando com isenção passando estes anos, talvez fosse uma obra fraquinha com alguns poucos comentários de relevo. Mas não posso me esquecer das tardes passadas na biblioteca do Centro Cultural São Paulo, reproduzindo com um pequeno tabuleiro magnético os lances que deram o título mundial a Fischer.
Outra obra interessante e pouco conhecida, é um pequeno ensaio do filósofo George Steiner sobre a batalha de 1972. Tenho a edição espanhola «Campos de Fuerza» (Madrid: La Fabrica, 2004), mas não deve ser muito difícil encontrar uma edição em inglês.
Caro Alexandre, o do Steiner, apontado!
ResponderEliminarAgora uma questão: Tens o Livro do Mecking, ou existia apenas na Biblioteca do Centro Cultural de São Paulo?
O livro chama-se : "O Encontro do Século - Fischer-Spassky" e é da Editora APEC-Visão?
Bem, eu tenho o livro, mas em formato digitalizado! SE quiseres, sabes o meu mail!
Abraço Forte!
Tenho o livro " ... Y ahora Bobby Fischer" em arquivo .pdf, que posso mandar por e-mail e está à disposição do amigo.
ResponderEliminarBom ver seu comentário aqui, Alexandre Monteiro.
Sou,
Juarez Belém
Mossoró-RN
Brazil
(use o e-mail juarezbelem@hotmail.com
Tenho o primeiro, tive o segundo. Realmente, foram muitas as vezes em que o manuseei, ou para ler ou estudar. Sistema descritivo (o meu preferido), à antiga. Tamanho reduzido em relação a outros livros meus, mas a capa sempre me intrigou muito, pois mostrava o Fischer completamente absorto durante a partida, como se fosse realmente seu mundo! Se pudesse, eu a teria tornado um quadro para dependurar na parede, deve ser a melhor e mais significativa capa de livro que já vi.
ResponderEliminarPrezado Arlinddo;
ResponderEliminarNo comentário sobre o livro Smyslov, Tahl, Yudasin, Tukmakov, Bobby Fi scher , 3 Vol , Edicio nes Eseuve, 1992 voce diz que o vol 3 é impossível de encontrar. Felizmente voce errou... está disponível no emule( sem entrar em considerações autorais, etc, ). Apenas uma informação.
Att
Telmo
Gostaria de saber se alguém tem ou sabe onde comprar o livro : "Mequinho, o perfil de um gênio", faz muito tempo q procuro esse livro e não o encontro em lugar algum: na editora está esgotado e não encontro em nenhum sebo, nem na internet tem pra vender!
ResponderEliminarEntão, se alguém tiver, por favor, entre em contato comigo para negociármos a venda, ou senão, uma xérox já seria o suficiente!!!
Grata!
obs: se alguém tiver informação, me envie um e-mail: lari.brm@gmail.com
Quem puder me enviar partidas do bob ficher via email fico feliz, ontem comecei a jogar com meu filho, desejo estudar algumas partidas---euripedesantonioalves@gmail.com-----gx200@hotmail.com
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ResponderEliminarPrimeiramente gostaria de agradecer ao autor deste site, Arlindo por nos presentear com essas maravilhosas paginas e os livros aqui mostrados sobre o MAIOR XADREZISTA DE TODOS OS TEMPOS!!!!!!!, sou um amante do jogo e tambem um jogador amador que desde os anos 60 acompanho com intusiasmo todos os jogos de FISCHER, concordo com as palavras de Arlindo no que diz respeito aos comentários feitos por Kasparov em seu livro Meus grande predecessores a respeito de Fischer, fica muito claro a inveja de Kasparov em relação a FICHER, FISCHER foi um talento nato um genio que durante decadas lutou só contra a maquina sovietica, no Mundial de 72 a ordem do Kremlin era derrotar Fischer a qualquer custo, todos GMS sovieticos se juntaram contra Fischer (Spassky, Petrossiam,Smyslov, Geller, Tal, e outros liderados por Botivinyk, quando Fischer dizia que os russos trapaceavam era a pura verdade, Fischer nunca teve uma estrutura deste porte para lhe dar apoio e mesmo assim conseguiu resultados ate hoje sem precedentes, Kasparov foi um jogador criado pela maquina sovietica com todo apoio do partido e já dispondo de computadores poderosos, vide os relatos de sua disputa com Karpov, cada um tinha um programa poderoso de computador para analisarem suas partidas, coisa que Fischer nunca teve, Kasparov nunca derrotou nenhum candidato em torneio por placa de 6x0, durante a disputa do titulo KasparovxKarpov, Sereiwan perguntou a R.Byrne se ele achava que os dois eram os melhores, R.Byrne respondeu que Fischer derrotaria os dois com facilidade e isso deixou Kasparov com a sensação de ser um campeão sem a MAJESTADE DE FISCHER, vejo sempre nas declarações de Kasparov em relação a FISCHER uma tentaviva de diminuir e ao mesmo tempo manchar a imagem de FISCHER, não vai existir na historia do xadrez um jogador com uma trajetoria igual a de BOBBY FISCHER.
link para baixar em espanhol??? alguém tem???
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