XADREZ MEMÓRIA

Xadrez de memórias, histórias e (es)tórias, de canteiro, de sussurro, de muito poucos...

18/04/09

BOBBY FISCHER...RELEMBRADO

Uns dias depois da sua morte escrevi no meu blogue e na Luso Xadrez, o que aqui irei relembrar. Quase um ano e três meses depois, pouco se tem feito pela sua memória, pelo seu legado xadrezista,principalmente por jogadores de topo e bons autores de livros de xadrez. Até parece que está tudo dito sobre o genial xadrez de Bobby Fischer.
Como perdi a "brincadeira" em filme que coloquei no Existente Instante, resolvi fazer outra, com fotos que abundam na Net. A música é de Edward Elgar e Samuel Barber.
Um agradecimento muito especial ao Joaquim Durão que teve a amabilidade de me telefonar dias depois de publicar o artigo na Luso Xadrez, comunicando-me o quanto tinha ficado sensibilizado com o que escrevi sobre Fischer.




" Aquietou-se de vez uma das almas mais belamente inquietas da história do xadrez.



Morreu esse extraordinário campeão, esse fabuloso mágico das 64 casas do tabuleiro. Desapareceu, embora algo do xadrez, de um certo xadrez tenha morrido com ele em 72. Agora só a memória e as suas jóias - partidas de brilho refulgente, de cristalinidade pura, de quase poesia escaquística.


De momento nada mais interessa, nem histórias castiças, nem pormenores mais ou menos sórdidos. Apenas e só um lutador de fibra, um polémico de génio, e sobretudo um amor ao xadrez como poucos, dos tais, que de tanto amar se afastou da coisa amada. E se ainda não chegasse, esse legado imortal das suas partidas enquanto existir xadrez.


Aqui na minha frente um monte de livros de e sobre Bobby. Folhei-os, viro páginas como suave brisa levanta folha morta e, instintivamente, memórias de adolescente e jovem são penetradas por essas páginas. Da impossibilidade de algum dia alguém jogar xadrez assim, da beleza intensa, da estética artística dessa grande arte que é mover umas peças esquisitas nas 64 casas claro – escuras de um tabuleiro.



Pego no meu melhor tabuleiro, vou buscar as minhas melhores peças e ao som de um Requiem, que pode ser umas “Lachrime” , reproduzo algumas dessas jóias, quase diademas em cabeça de rainha, e viajo de Brooklin a Reykjavik, acompanho menino encantado esse percurso, esse movimento perpétuo de bispos, cavalos , torres peões, reis e damas.
Aquietou-se uma das almas mais geniais das 64 casas. Estou comovido a leste de mim, como sempre fico quando parte um génio. Profundamente triste, quase como “chuva de limão na minha alma”.

No entanto…alguém ficou satisfeito! Quêm? Quem poderia ser?! Mikhail Tal, que na 5ª Feira recebeu Bobby no céu de Caissa com aquele largo sorriso : Estava a ver que nunca mais chegavas, Bobby?!” “ Um bocadinho farto de jogar com o Petrosian, o "Bota", deves concordar?! Bobby baixou os olhos com timidez, Tal riu, e num momento ambos recordaram essa imagem linda de Zagreb 59. Depois…depois foi apanhar o primeiro tabuleiro que lhes caiu nas mãos e toca a jogar o match para sempre inacabado!

Que descanses em Paz, Bobby. "

3 comentários:

  1. legal, mais qual foi o motivo do desaparecimento de bobby ?

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  2. eu queria saber o motivo do desaparecimento de bobby para o meu trabalho de ed. física ! você sabe?

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  3. Nao estava preparado para perder, e depois de alguns comentarios maldosos da imprensa resolveu ficar recluso por varios anos, teve muitos problemas pessoais, perdeu sua mae e irma(que lhe ensinou a jogar ) de uma vez... Recentemente foi considerado o enxadrista do seculo XX..

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