O Meu Amigo Mário Marques escreveu um livro.
Um livro que tendo por pano de fundo o Xadrez, ultrapassa em muito as 64 casas do tabuleiro, sendo os lances-jogadas uma simbiose curiosa entre o jogo e a vida. E ao pensar no livro do Mário Marques, sorrio ao lembrar-me da ideia espatafúrdia conjunta minha e do Dinis Ribeiro no recente Encontro na Faculdade de Psicologia da Universidade do Porto sobre Xadrez e Ensino, em que lançamos a "farpa" de criar um outro congresso por nós organizado sobre o lado mais obscuro, sombrio e doentio do Xadrez. Ora, o livro do Mário de forma romanceada vem demonstrar o óbvio : que no xadrez e maioritariamente existe um normalidade de gente normal que consegue suportar o banal de uma sedução, de um enamoramento, do amor, tendo como abertura, meio-jogo e final a sala do meu querido Grupo de Xadrez do Porto.
Um livro que tendo por pano de fundo o Xadrez, ultrapassa em muito as 64 casas do tabuleiro, sendo os lances-jogadas uma simbiose curiosa entre o jogo e a vida. E ao pensar no livro do Mário Marques, sorrio ao lembrar-me da ideia espatafúrdia conjunta minha e do Dinis Ribeiro no recente Encontro na Faculdade de Psicologia da Universidade do Porto sobre Xadrez e Ensino, em que lançamos a "farpa" de criar um outro congresso por nós organizado sobre o lado mais obscuro, sombrio e doentio do Xadrez. Ora, o livro do Mário de forma romanceada vem demonstrar o óbvio : que no xadrez e maioritariamente existe um normalidade de gente normal que consegue suportar o banal de uma sedução, de um enamoramento, do amor, tendo como abertura, meio-jogo e final a sala do meu querido Grupo de Xadrez do Porto.
Interessa pouco que se procure nas personagens do romance os colegas do meu Clube, até porque, só quem o frequenta habitualmente conseguirá identificá-los, mas os "Peões" e "Damas" que se movem na trama romanesca têm carácter bem definido, personalidades fortes mesmo na fraqueza da procura de si, ao mesmo tempo que tudo gira em torno da aprendizagem do xadrez, do tique-taque de um relógio de xadrez semelhante ao da vida, da complexidade -cumplicidade dos encontros - desencontros, tudo para além das 64 casas da madeira dos tabuleiros do G.X. Porto.
Um romance de amor? Nem tanto! Um romance de xadrez? Tão pouco! E entre este "nem" e este "tão", um romance de vida, da vida comezinha, quotidiana como é preciso vivê-la. Há no Reino de Caíssa o comer , o beber, a cama, o processo criativo da sedução, a arqueologia interior das personagens que na diferença se vão descobrir amorosamente pela aproximação.
E o meu, o nosso Grupo de Xadrez do Porto lá. Entre as frinchas da história de Raquel e Vasco , o ranger das velhinhas escadas do Clube, o cheiro característico a madeira da nossa sala, as peças a serem jogadas mais ou menos energicamente nos tabuleiros, as vozes cruzadas entre as ciciadas e tonitruantes dos sócios, um ou outro palavrão disparado como peão de flanco, a conversa política, ou os desabafos catárquicos de má língua sobre as misérias do xadrez português, mas e acima de tudo, o amor, a paixão com que neste Clube se vive o Xadrez. No romance do Mário, respira-se xadrez, porque a respiração do Grupo de Xadrez do Porto, está nele reflectido.
O próprio autor no lançamento da obra o explicou: não é um livro para Nóbel, nem para Top de escaparate de livraria, mas um livro para ser lido por quem gosta de ler e de xadrez. Para ler O Reino de Caissa não é preciso saber Xadrez, mas saber Xadrez pode ajudar na leitura.
Um livro muito, muito bem escrito com um Mário Marques de óptica afilada e clínica apurada a plasmar nas suas personagens as suas idiosincracias, os seus tiques, as suas fragilidades, complexos, mas também força, personalidade , no fundo, carradas de humanidade que torna esta escrita apelativa do virar de página arté ao fim.
Um romance que foca o xadrez, o que é raro na literatura portuguesa, um romance que partindo do particular da vida instestina de um Clube de Xadrez, passa para o geral de uma vida a ter de ser vivida por nossa. Não sei se isto é pouco ou muito, simplesmente É , e isso não deixa de ser já bem mais do que pouco!
Tive o privilégio de ser dos primeiros a ler o "rascunho" de parte do Reino de Caissa e logo pressenti a sua qualidade. O Mário não precisou do meu incentivo, pois quem o conhece sabe que projecto que nele nasça tem por norma continuidade, e o seu trabalho de dirigente no GXP, ou na AXP assim o demonstrou. Disse-lhe da minha opinião, depois calei-me porque tinha pressentido o final e o Mário Marques não é "gajo" para abandonar facilmente - eu que queria um fim com morte de alguém, porque nunca gostei de finais felizes!
Assim, alegria imensa por um dos meus, um dos nossos lançar um livro em que o GXP é focado. A mim foi-me lançado o repto da História do Clube, esquecendo-se quem mo lançou da minha profissão, que com uns "cabrões" europeus, uma coisa PM, um retardado mental financeiro, um ME "asnático" querem levar ao grau zero da dignidade com mais horas, mais turmas, mais cargos, mais burocracias, e, sobretudo, com trabalho até para aí aos 70!
Gostar, gostava e iria a brios com denodo e sinceridade a tal tarefa até porque amo a Tribo do Xadrez, sobretudo a do meu Grupo de Xadrez do Porto, mas uma outra Tribo, está acima de tudo, com lugar cativo, procedência cá dentro! Que se há-de fazer? Nunca o fiz, nunca o farei: nunca inverterei os tempos e as prioridades do Amor.
Ah! Parece que a Raquel e o Vasco aparecem agora bem menos no meu GXP, não é verdade? Claro!
Um grande abraço para o Mário Marques e esperemos por novo romance que tenha por fundo uma nova sala do Clube para aí com 100 m2! Da pintura, eu, o Rogério, o "Pinho da Lixa" , tratamos. Não deixem é o Castro tapar buracos, que o Clube um dia vem abaixo!
Certamente um mail para o GXP e qualquer pedido do livro será atendido.
Idem as livrarias Leitura Books & Living, no Porto,
Apolo 70, em Lisboa, e ainda nas livrarias online Bertrand
( http://www.bertrand.pt ) e Wook ((http://www.wook.pt ).