Esteve para se chamar Xadrez-Paixão, depois, Xadrez de Elite, mas porque a paixão não se diz, e “elite” poderia ter o significado não desejado por mim, de à parte, de transcendente, ficou com o título mais comedido de Xadrez Memória que se calhar também é curto para o que aqui quero escrever sobre xadrez.
O subtítulo diz um pouco mais, não dizendo completamente tudo. Será um blogue, o Meu blogue de xadrez, mas com os quase 40 anos de experiência na modalidade, sem qualquer tipo de dúvidas que o será de “canteiro”, de nicho se quiserem, “para muitos poucos”, para um grupo restrito de xadrezistas nacionais e, se calhar, alguns de língua portuguesa espalhados pelo mundo que se interessam por um tipo de xadrez que anda praticamente arredio da Web, das revistas, das discussões comuns dos jogadores de xadrez, ou seja, os livros e a crítica de livros de xadrez, as peças de xadrez, a História do Xadrez, as estórias, a fotografia, os grandes jogadores de xadrez de canto de enciclopédia, as curiosidades do xadrez, as memórias afectivas de um determinado xadrez português. Só isso nada mais!
Aqui não se anunciarão torneios, não se darão resultados, não se rapidará e rapinará de fim-de-semana, não se cultivará a má-língua, a maledicência, o estado do xadrez nacional. Aqui não se promoverão jovens promessas que não o são, não se fará a apologia de um tipo de xadrez que nada me diz, seja a mixórdia em que se move o actual xadrez internacional, seja a pequenez atávica do xadrez nacional. Aliás, em estilo provocatório, “estou completamente a borrifar-me para o o xadrez competitivo, o xadrez nacional ou internacional”. Foi peditório para que já contribuí . Um determinado estilo de xadrez, determinada forma de gostar e estar no xadrez, por muito legítima que seja para muitos, para milhões, neste momento para mim nada significa...afastei-me de corpo e espírito, morri para esse xadrez. Neste momento saber se o Xadrez português tem futuro, se foi ou não interessante o match Anand-Kramnik, que medidas se devem tomar para acabar com a vigarice electrónica dos jogadores, se....se... é menos importante do que ir dar de comer ao meu gato!
Se vou ser lido, se este vai ser um blogue de referência, se...se... também muito pouco preocupado. Com o escrevi no meu site de alojamento fotográfico “Agora no suave declive, só um caminho essencial...depuração das coisas! Atento aos louvores, porque...algo não está bem contigo!
Um blogue da calma e da paciência, de leitura pausada e se calhar de impressão de partidas ( porque aqui também não se gerarão tabuleiros estilo CB para se reproduzirem as partidas “a correr”), de paragem no xadrez de um tempo em que havia tempo para o xadrez, o que eu pretendo. Muitas vezes vou recuperar artigos meus da Luso Xadrez, outras, o que estiver “mais à mão” da minha inspiração, do meu fascínio. Se conseguir despertar interesse pela História do Xadrez, por uma determinada cultura de xadrez, por um xadrez que jaz subterrâneo a outro carregado de competição, de sites, de revistas, de fãs, então valerá a pena a minha escrita, o meu tempo ganho, a transmissão da minha paixão.
Existe uma miríade espantosa de sites e blogues de xadrez, alguns excelentes, excepcionais, outros, de uma indigência, de uma pequenez que até insulta a inteligência, mas em legítima defesa, gostava que o meu blogue entrasse por campos de escrita xadrezistica que raramente se abordam na Net. A ver vamos.
Um aviso à navegação: os comentários, as críticas construtivas, as “achegas” serão bem-vindas, mas sempre num clima de cordialidade, de educação, porque esta minha casa de xadrez, é minha, de mais ninguém. Os insultos, a mesquinhez, a idiotia, a alarvidade que infelizmente vai reinando em muita blogosfera, obrigar-me-ão, não a “censura”, mas pura e simplesmente a um trabalho de higienização do blogue, o que dará trabalho, apesar dos minutos de “fama” que alguém poderá aspirar com determinadas e obtusas considerações. Na minha casa mando eu, e como tal, o Xadrez Memória, não se transformará em “okupas” de psicopatas sociais xadrezistas, em parque de diversões de imberbes das 64 casas, de lugar de “bem-bom” de determinada "analfaxadrezice" que vai minando o xadrez. Só isso... e não é pouco.
Sejam Bem-Vindos!
Parabéns! Parece o Fischer com 11 anos. Ainda tão novo, mas já enorme.
ResponderEliminarArlindo,
ResponderEliminarFico muito contente por criares um blog de Xadrez. Irei segui-lo com atencao.
Um grande abraco desde a Irlanda, deste teu amigo e ex-colega de equipa,
Pedro Quaresma
Obrigado, Arlindo!
ResponderEliminarSoube desta 'novidade' pelo Xadrezices do Russo.
Ao ler estas prosas sinto-me um analfabeto da história do Xadrez Mundial. Estou desejoso de aprender, portanto, não podes dar descanso à 'pena'...
Parabéns. Até breve.
Sirgado
Caro Arlindo,
ResponderEliminarDesejo o maior sucesso para este blog.
É um prazer rever a sua escrita.
Um abraço.
Dinis Lameira
Excelente "Blogue" Arlindo.
ResponderEliminarOs maiores sucessos para tão prosaica prosa que enche de "gozo" os aficiobnados do joga das 64 casas.
António Mendes Curado
Meu caro Arlindo Vieira,
ResponderEliminarFelicito-o pela sua intenção. A avaliar pelo texto - uma espécie de estatuto editorial - o blogue promete. Sobretudo, pela diferença.
Vai ser tudo aquilo que a maioria dos outros blogues de xadrez não são nem pretendem ser.
Vai ter uma grande virtude, assim espero, ainda que seja para uns quantos, poucos e desiludidos do pensamento e da prática subserviente e dominante.
Um espaço a ler e a seguir com atenção. Para deleite de uma minoria que se sente priveligiada pelos assuntos e pela sua escrita e que não aspira às mordomias e prebendas dos poderes federativos da modalidade.
Uma espécie em extinção? Talvez sim ou talvez não.
Não obstante não o conhecer pessoalmente, envio-lhe um abraço e os meus votos sinceros que consiga transmitir o entusiasmo que coloca nos artigos que divulga.
Que a memória do xadrez não lhe escape.