AFINAL, O QUE É UM GRANDE CAMPEÃO de XADREZ?
Sem procurar grandes definições e cingindo-me ao que interessa: Um grande campeão é aquele que apesar da sua genialidade nas 64 casas, aprende sempre com as derrotas. Teria Fischer aprendido com Muñoz ?
Questão curiosa. Teria a manobra de centralização da Dama do jogador equatoriano, “marcado” Fischer, e determinada concepção posicional no que diz respeito à manobra da Dama branca, mesmo que em determinadas situações ela não fosse a mais aconselhada? Para além da fabulosa memória dos grandes Campeões mundiais, existirá quase uma exorcização psicanalítica de determinadas derrotas que os leva a adoptar ideias com as quais foram derrotados? Descansem que não vou fazer “mestrado” ou “doutoramento” sobre isso!
Vou-me servir desse fabuloso “vademecum” (apesar do “meco” do Hübner) livro-jóia sobre o xadrez de Bobby que é o livro de Elie Agur “Bobby Fischer: His Approach To CHess” ou versão “french” “Bobby Fischer: une étude de son approche des échecs “ – Ver minha bibliografia comentada.
Depois de 17.b4 , Fischer jogou 17...De5.
Larsen comentando esta partida em “Chess Canada”, Setembro 1971, escreveu: “Lance arriscado, mas o único bom na posição. Fischer tem relações muito especiais com esta manobra Da5-e5. Valeu-lhe graves problemas na sua partida com Naranja no Interzonal. Talvez ela tenha a ver com a partida que perdeu em 1960 com Muñoz na Olímpíada de Leipzig, onde o jogador equatoriano o surpreendeu com a mesma manobra “
A partida prosseguiu:
18.Tae1 Bc6 19. Bf4 Ce4 20. Ce4 De4 21. Bd3 Dd4+ e a Dama está fora de perigo.
Escreve Agur : Sem querer entrar em profundas explicações psicológicas do mesmo estilo das que propõe Larsen, digamos que esta partida contra o jogador equatoriano Muñoz foi a primeira da carreira xadrezista de Fischer onde esta manobra apareceu. Foi das partidas mais dramáticas que o jogador americano perdeu.
“ O jogador filipino acaba de jogar 13.b4 e Fischer “joga 13...Df5, convidando o lance 14.e4 , a que Naranja não se fez rogado. Fischer não viu que as Brancas não precisam de jogar o errado 15.Bb2, que seria respondido com 15...g5!, mas sim com o lance forte e lógico que foi jogado 15. Tb3! Agora as negras têm que fazer frente a uma ameaça muito desagradável 16.f4 capturando a Dama negra centralizada, por isso Fischer teve que se resignar a 15....Bd7 16.f4 De6 17. f5! gf5 18. ef5 Df5 e Naranja deixou escapar 19.Cd5! que lhe daria vantagem clara.”
3º exemplo
Agora com Gligoric, no mesmo torneio de Palma de Maiorca, 1970
“.Estamos na penúltima jornada..Fischer jogou 17...De5 18.Rh1 Dd4, assumindo riscos que certamente a posição não justificava. Depois de 19.f3 Ch5 20. Cb5? ab5 21.Bb5 De5!
Simplesmente 20.Cd1! forçaria as negras a abandonar todo o seu plano de manter a Dama em e5, ficando as brancas com posição superior” Agur
Algumas imagens:
Questão curiosa. Teria a manobra de centralização da Dama do jogador equatoriano, “marcado” Fischer, e determinada concepção posicional no que diz respeito à manobra da Dama branca, mesmo que em determinadas situações ela não fosse a mais aconselhada? Para além da fabulosa memória dos grandes Campeões mundiais, existirá quase uma exorcização psicanalítica de determinadas derrotas que os leva a adoptar ideias com as quais foram derrotados? Descansem que não vou fazer “mestrado” ou “doutoramento” sobre isso!
Vou-me servir desse fabuloso “vademecum” (apesar do “meco” do Hübner) livro-jóia sobre o xadrez de Bobby que é o livro de Elie Agur “Bobby Fischer: His Approach To CHess” ou versão “french” “Bobby Fischer: une étude de son approche des échecs “ – Ver minha bibliografia comentada.
Depois de 17.b4 , Fischer jogou 17...De5.
Larsen comentando esta partida em “Chess Canada”, Setembro 1971, escreveu: “Lance arriscado, mas o único bom na posição. Fischer tem relações muito especiais com esta manobra Da5-e5. Valeu-lhe graves problemas na sua partida com Naranja no Interzonal. Talvez ela tenha a ver com a partida que perdeu em 1960 com Muñoz na Olímpíada de Leipzig, onde o jogador equatoriano o surpreendeu com a mesma manobra “
A partida prosseguiu:
18.Tae1 Bc6 19. Bf4 Ce4 20. Ce4 De4 21. Bd3 Dd4+ e a Dama está fora de perigo.
Escreve Agur : Sem querer entrar em profundas explicações psicológicas do mesmo estilo das que propõe Larsen, digamos que esta partida contra o jogador equatoriano Muñoz foi a primeira da carreira xadrezista de Fischer onde esta manobra apareceu. Foi das partidas mais dramáticas que o jogador americano perdeu.
Voltemos agora á partida Renato Naranja-Fischer, Palma 1970, a que Larsen se refere no artigo de Chess Canada, ainda com os comentários de Elie Agur:
“ O jogador filipino acaba de jogar 13.b4 e Fischer “joga 13...Df5, convidando o lance 14.e4 , a que Naranja não se fez rogado. Fischer não viu que as Brancas não precisam de jogar o errado 15.Bb2, que seria respondido com 15...g5!, mas sim com o lance forte e lógico que foi jogado 15. Tb3! Agora as negras têm que fazer frente a uma ameaça muito desagradável 16.f4 capturando a Dama negra centralizada, por isso Fischer teve que se resignar a 15....Bd7 16.f4 De6 17. f5! gf5 18. ef5 Df5 e Naranja deixou escapar 19.Cd5! que lhe daria vantagem clara.”
3º exemplo
Agora com Gligoric, no mesmo torneio de Palma de Maiorca, 1970
“.Estamos na penúltima jornada..Fischer jogou 17...De5 18.Rh1 Dd4, assumindo riscos que certamente a posição não justificava. Depois de 19.f3 Ch5 20. Cb5? ab5 21.Bb5 De5!
Simplesmente 20.Cd1! forçaria as negras a abandonar todo o seu plano de manter a Dama em e5, ficando as brancas com posição superior” Agur
Algumas imagens:
Gligoric, numa foto muito rara, que salvo erro nunca apareceu em revistas. Onde a arranjei e onde foi tirada? Dão-se alvíssaras! Uma ajuda: no mesmo sítio da do João Cordovil que coloquei uns posts atrás.
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