Estas
peças são as mais recentes e plastificadas do xadrez nacional. Se não estou
enganado, fruto de um acordo entre a AXP e a Majora no âmbito do projeto XEQUE
MATE, e por lembrança minha a este organismo do xadrez portuense que talvez a
referida empresa possuísse o molde para fabrico deste jogo que foi imagem da
Majora nos idos anos 70-80 e mesmo 90. Assim assistiu-se ao renascimento de um
jogo plástico com um tamanho de Rei generoso, de base larga e proporções
razoáveis entre as diversas peças e umas peças-molde que foram a marca do
desenvolvimento do xadrez britânico nos anos 80. Ainda hoje em qualquer torneio
americano ou inglês de grande participação de jogadores estas peças são
utilizadas, como em qualquer site internacional de venda de material de xadrez,
elas aparecem a preços muito competitivos. Aliás, repetindo-me, não sabendo se
a Majora tem, qualquer catálogo racionalizado e arquivado das peças que comercializou
( e se não tem, é pena, mas deveria ter!), não tenho dúvidas que o molde não é
genuíno desta empresa , mas sim de origem britânica.
Mas…
o que vim a descobrir, utilizando uma simples balança, é que as peças da Majora
originais dos anos 70-80 / e tenho umas) eram pesadas, isto é, não eram
chumbadas, mas a qualidade do plástico e o peso da base eram de tal forma que
as peças tinham o tal equilíbrio necessário ao jogo de rápidas, tão contrário
às peças atuais (as tais do projeto Xeque Mate) em que a qualidade não é a
mesma e por isso , são mais leves, levando à irritação de vários jogadores que
as sentem voar do tabuleiro em apuros de
tempo ou rápidas.
As
da Majora de anos atrás eram pesadas e até tinham uma particularidade
interessante ou ridícula, conforme o entendam: eram oferecidas em três
“formatos” Brancas-Pretas ; Branco madrepérola-Negras e Brancas transparentes (tipo vidro)-Negras (
Juro!) este talvez para decoração! Acreditem ou não, muita gente ainda tem
estes jogos em casa, e não raro aparecem a preços da "uva mijona" em leilões
Web. Também não será por acaso que nos sites internacionais de venda de peças
de xadrez – americanos, ingleses ou alemães, estas peças, ou muito parecidas,
apareçam em duas versões " chumabadas" (
mais caras) e leves.
Claro
que houve outras versões de peças plásticas usadas no xadrez português, mas de
utilização mais restrita, usadas em circunstâncias particulares, por exemplo,
as peças plásticas usadas num zonal do Algarve ( vide Revista Portuguesa de
Xadrez) que depois tornei a ver num Campeonato Nacional Individual em Ílhavo e
nunca mais – Aliás a única falta na minha coleção, pois nunca consegui arranjar
este jogo que é de molde espanhol ( aliás tenho uma versão pequena, mas de má
qualidade) e com um dos Cavalos mais
bonitos que vi em peças plásticas, todavia nunca foram peças de “massificação”
como as que tentei retratar noutros artigos.
Agora uma curiosidade da fábrica portuguesa Karto, ou Carto.
Pronto, acabei o "plástico" e é natural que me volte
para a "madeira" e aqui o panorama é qualquer coisa de confrangedor. Todos
sabemos o que significou Regency, Lardy ou Chavet em França, British Chess
Company, Ayres ou Jaques em Inglaterra, Biedermeier ou Vienna Coffeehouse no centro da Europa, ou peças Checas,
as Dubrovnik , ou as Deutsche Bundesform ou Bohemia na
Alemanha, ou mesmo o Staunton espanhol tão caraterístico da Indajesa, mas em
Portugal" Zero", ou quase zero, excetuando um período em que parecia que iriamos
ter um jogo de madeira nacional e que não foi mais que um arremedo. A Fábrica
Victória foi um Oásis na material muito bom de xadrez português, o resto,
cópias, cópias e cópias, mas muitas vezes do menos interessante para
copiar, e aqui, Majora e Karto lá foram
tomando conta do recado, mas Isso são
contas de outro rosário.
Caro Arlindo Vieira, uma vez que é um apaixonado pelas peças de xadrez, e porque eu espero contribuir para que se jogue com mais "dignidade" no Porto e arredores, gostaria de lhe pedir comentários à qualidade das peças que estamos a pensar comercializar: http://youtu.be/NMhShwzmKbQ
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