XADREZ MEMÓRIA

Xadrez de memórias, histórias e (es)tórias, de canteiro, de sussurro, de muito poucos...

21/02/11

KUPREICHIK 7 DÂMASO

É...
neste caso uma derrota com um jogador que vira o feitiço contra o feiticeiro, ou seja, joga " a la Kupreichik" contra Kupreichik, ou seja num estilo agudo, de ataque contínuo, de colocação de problemas no tabuleiro de forma sistemática e sempre com lances de uma precisão de cálculo notável. O Roque do jogador bielorusso é primeiro destruído para depois num ímpeto das peças Brancas excelentemente coordenadas, obrigar o monarca Negro à rendição. O sacrifício de qualidade de Kupreichik não é mais do que a procura desesperada da "arte da respiração".

DÂMASO, Rui Dâmaso, talvez o jogador mais criativo de toda a história do xadrez nacional. Um romântico por natureza, um jogador que nos seus melhores dias consegue do nada, "sacar" combinações cintilantes, lampejos de génio que o seu espírito táctico faz brotar de posições, umas, onde aparentemente nada indiciam de perigosas, outras, onde o adversário se perde na selva das análises de variantes, mas onde Dâmaso vê mais além!

Um grande jogador que por questões complexas nunca atingiu o patamar no xadrez que o seu potencial sempre pareceu demonstrar, e que devido ao seu estilo sem compromisso, nos tem legado vitórias de uma beleza ímpar, mas também derrotas confrangedoras. Assim os jogadores de risco, do "tudo - ou - nada", verdadeiros "cavaleiros de tabuleiros voadores".

Não afirmo que o Dâmaso foi até hoje o melhor jogador português de sempre, mas afirmo com "carradas" de certeza que algumas das suas partidas são e serão verdadeiras jóias - património do xadrez português e da autêntica arte de ataque no xadrez, merecedoras de figurar em qualquer antologia que se preze.

Esta é uma delas!


Rui Dâmaso Viktor Kupreichik

Esta partida apareceu na New In Chess Magazine nº1 de 1993 com notas de Nunn

Dâmaso,Rui (2450) - Kupreichik,Viktor D (2545)

[E92] EU-chT (Men) 10th-Debrecen Debrecen (1.2), 11.1992

[Jonh Nunn-Arlindo Vieira-NIC]

1.d4 Cf6 2.Cf3 g6 3.c4 Bg7 4.Cc3 0–0 5.e4 d6 6.Be2 e5 7.d5 a5 8.h3 Ca6 9.Be3 Cd7

[9...Ch5! 10.g3 f5 11.exf5 gxf5 12.Cxe5 Cxg3÷] 10.g4 […10.a3! com ideia de 11.b4]

10...f5 11.gxf5 gxf5 12.Tg1


[12.exf5!?]

12...Rh8?!

[12...f4 13.Bd2 Cdc5÷]

13.Cg5 Cdc5 14.Bh5 fxe4

[14...Df6 15.Cxh7! Rxh7 16.Bg5+-; 14...De7 15.Cxh7 Rxh7 16.Bg6+ Rg8 17.Dh5+-]

15.Cf7+ Txf7 16.Bxf7 Df6

[16...Cd3+ 17.Rd2 Df6 (17...Cxb2 18.Dh5 Cxc4+ 19.Rc1 Cxe3 20.fxe3 Cc5 21.Rc2±) 18.Cxe4 Dxf7 19.Rxd3 Bf5 20.f3±]

17.Dh5 Cd3+ 18.Re2 Cac5

[18...Cf4+ 19.Bxf4 exf4 20.Bg6 h6 21.Bxe4+-]

19.Cxe4 Cf4+

[19...Cxe4 20.Bg6 h6 (20...Dxf2+ 21.Rxd3) 21.Bxe4 Cf4+ 22.Bxf4 exf4 23.De8+ Bf8 24.Rd3+-]

20.Bxf4 Dxf4 21.Bg6 Bh6

[21...h6 22.Df3+- segundo Nunn (ou boletim oficial)-NIC 1–1993, mas... (22.Cxc5! dxc5 23.Bc2! e ganham de toda a maneira! (Arlindo Vieira)) 22...Dxf3+ 23.Rxf3 Cxe4 24.Rxe4 Bxh3 25.Tg3 Bd7 e as negras ainda resistem!]

22.Cg5!+-



[22.Bxh7? Bd7]

22...Dxc4+ 23.Re1 Db4+ 24.Rf1 Dc4+ 25.Re1 Db4+ 26.Rf1 Dc4+ 27.Rg2 Rg7 28.Bxh7 Be6 29.Dg6+ Rh8 30.Dxh6 Bxd5+ 31.Be4+ Rg8 32.Rh2 1–0



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