XADREZ MEMÓRIA

Xadrez de memórias, histórias e (es)tórias, de canteiro, de sussurro, de muito poucos...

14/08/12

VICTOR SILVA


(Clicar para ampliar)


VICTOR SILVA , penso que em Estocolmo, talvez em algum Europeu de Juniores. A fotografia pelo menos é da capital da Suécia.A data não consigo descortinar, mas deve andar pelos finais dos anos 70 (princípios). Era um redactor assíduo da Revista Portuguesa de Xadrez cujo Director era o Simões Nunes e distribuída pela Agência Portuguesa de Revistas.
Subitamente nos anos 90 deixou por completo a modalidade (estarei enganado?). O que será feito dele?

Como arranjei a foto ? Claro na Ebay, embora não a tivesse comprado pelo preço exagerado que o comprador queria e pela incerteza de não ser uma foto original.


Gostaria que alguém que conheça o Victor lhe desse a conhecer esta foto. Obrigado.

3 comentários:

  1. Professor Arlindo Vieira,
    Peço desculpa pela intromissão. Mas se o destino o levou ao reencontro de uma foto perdida no baralho, recordemos, aos mais novos que se aproveitarem, que cartadas jogou. E que ventos sopravam as caravelas…
    Tanto quanto me lembro ( se mais ninguém se acusa) e pude apurar, aqui fica:

    Victor Silva participou no X Mundial de Juniores (sub-20) de 1969 realizado em Estocolmo (Suécia). O título foi conquistado pelo russo Anatoli Karpov. A prova marca o regresso dos jogadores dos países do Leste, que tinham boicotado o torneio de sub-20 de 1967 por ter decorrido em Jerusalém. Este mundial foi conquistado pelo norte-americano (de ascendência porto-riquenha) Julio Kaplan e a FPX não se fez representar apesar de ter convidado o malogrado Jaime Gilbert para esse efeito. “Motivos alheios a sua vontade” a que talvez tenha pesado o facto de “(…) não se ter conseguido o subsídio necessário para suportar integralmente as despesas de deslocação(…)” resultaram na renúncia do destacado jogador nortenho.
    Os mundiais de juniores (única prova para jovens durante décadas) eram bianuais. Coube-me inaugurar a nossa presença nessas competições na estância sérvia de Vrnjačka Banja (1963) prosseguindo-a na cidade catalã de Barcelona (1965), pagando as viagens em ambos os casos. Para esta última edição houve um torneio de selecção, o que se viria a repetir no ano de 1969 para apuramento do Victor Silva.
    O primeiro campeonato nacional de juniores foi ganho pelo Afonso Cordeiro, em Lisboa (1968) e o segundo por Fernando Silva, na Figueira da Foz (1969). O terceiro e o quarto, realizados no Porto (1970 e 1971) foram ambos conquistados por Jorge Cruz.
    Regressando a Victor Manuel Leal Gonçalves da Silva que residia em Torres Vedras ( e era natural de Alpiarça) antes de vir estudar para Lisboa (à época jogava pelo Benfica), recordemos que defendeu ainda as cores portuguesas no 4º. tabuleiro da IX Olimpíada da ICCF (x.postal) em finais dos anos 70 e que já em 1974 fora chefe de equipa da selecção nacional que participou, em França, na Olimpíada de Nice da FIDE.
    Teve ainda um papel de relevo na “passagem do cálculo manual ao cálculo computarizado” do rudimentar sistema Elo que se aplicava (mais ou menos…) em Portugal desde 1973. Victor Silva, António Carretas (que arranjou a “sofisticado” máquina e programa) e Albano Ilharco, formaram a Comissão de Classificação que (a partir de 1 de Maio de 1978), se entregou (conforme as suas palavras): (…) de alma e coração à insigne tarefa de calcular as classificações pontuais de todos os cérebros xadrezistas do Minho à Madeira, que tenham tido o trabalho de se inscrever na FPX”. Para explicar o que se pretendia (e o que era) com o novo sistema, Victor Silva assinou diversos artigos na Revista Portuguesa de Xadrez (II série; nºs. 11, 14, 15, 16 e 18) entre Fevereiro e Setembro de 1978.
    Considerado melhor teórico do que jogador de tabuleiro (uma questão de temperamento? sistema nervoso?) no fundo um pensador que se enquadra bem (salvo alguma anómala coincidência) com o de colaborador do Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, onde, aliás, detectei mais do que um nome de ex-xadrezistas (anónimos?).
    Recorde-se ainda que 1969 foi o ano em que o russo Boris Spassky destronou o arménio Tigran Petrossian do título máximo da modalidade, galardão que o então recém nascido (Dezembro) indiano Anand Viswanathan estava predestinado a alcançar.
    Muitas mil e uma noites depois…

    j.cordovil

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  2. Ah, já me ia esquecendo.
    O Victor Silva comentou no saudoso Diário Popular (de pergaminhos no xadrez) o encontro entre Anatoli Karpov e o (então) “renegado” Viktor Korcnhoi de Baguio (Filipinas, 1978), para o título mundial.
    Last but not least,
    j.cordovil

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  3. MESTRE João Cordovil:
    Antes de mais obrigado pela sua visita ao meu humilde blogue. E um duplo obrigado sobre as informações acerca do Victor Silva.
    O porquê do Victor ter abandonado o xadrez, talvez tenha explicação da necessidade de nos afastarmos da coisa amada para mais amor sentirmos por ela. No fundo talvez seja por isso que somos "Amadores" do Xadrez!
    Sempre fui um leitor do Victor Silva quer na RPX qurer no Diário Popular e era um belíssimo comunicador. Gente como o Victor fazia, faz falta ao Xadrez. Só isso!
    Mais uma vez, obrigado pelo seu trabalho informativo.

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