XADREZ MEMÓRIA

Xadrez de memórias, histórias e (es)tórias, de canteiro, de sussurro, de muito poucos...

10/06/15

DURÃO, Joaquim

Aqui no limiar da tarde, enquanto repasso no meu melhor tabuleiro e peças algumas das suas partidas.
Caro Mestre, vai para anos escrevi (lhe) que ainda era cedo para a promoção. Caissa não quis, pronto.
Daqueles que respeito e gosto, prefiro a repousada  ternura da memória , sobretudo quando partem.
Aqui no meu blogue vários textos sobre o Mestre. Agora mais um. Até um dia para uma partida amigável, Mestre Durão. 




Os que partem trazem o fogo à extremidade do tabuleiro



Para além da oitava casa o que procuram não sei

o mistério talvez…

de amor morrem isso sei.



Na geometria diáfana de um quadrado

o incendiado milagre da multiplicação,

a omissa e abstrata procura de uma verdade

impura como a realidade do pensamento,

como se fosse possível explicar sopro de respiração.



Um jogo, sim, de mecânicos adotados silêncios,

um jogo, sim, esse e o da vida que não consente empate,

um jogo, sim, o xadrezvida

gesto habitado e suspenso, soletrado lance a lance

no mastigar paciente da morte.



Os que partem trazem o fogo à extremidade do tabuleiro.

Xadrez Memória - A.V