XADREZ MEMÓRIA

Xadrez de memórias, histórias e (es)tórias, de canteiro, de sussurro, de muito poucos...

23/04/18

GUICHARD, RAUL



Tornamo-nos mais altos, mais à frente do que ela

Antecipamo-nos ao seu negro gadanho,

Queremos vencê-la mesmo vencidos

Surpreendemo-la de antanho

Ela ri-se, penteia-nos desprevenidos.



Assim seja, mas o que desponta em flor

Ninguém, nem ela consegue colher…

Morte alguma consegue depois da dor

A semente da memória arborescer.

                                   Foto tirada do seu blogue ( trabalhada)

Guichard, tinhas um feitiosinho pior que Gambito de Rei

Mas a tua gargalhada franca, aberta de 64 casas

Promovia na última fila de nós empate de simpatia

Não era preciso, não era necessário o abandono

Antes do xeque-mate,

Podias ter tentado um final e um perpétuo, ou

Rei contra Rei, mas pronto…quem mandava no teu tabuleiro-vida?



Assim Guichard, mais um para o tal torneio

Que queria fechado, restrito a muito poucos

Mas que a negra ceifeira quer tornar num “open”

Sem convidados ou grandes-mestres.

Nunca fomos amigos, xadrez rápido, por vezes relâmpago

De olá, estás bom e segue…

Mas morreste-me e cada colega de xadrez que parte

Obriga-me a nova partida cá dentro.

Caro amigo Guichard, não posso já rodar o mecanismo do tempo

E atrasar a tua partida , mas…

Prefiro perder por tempo e não acionar o botão do meu lado,

Assim ficarás mais tempo em mim, que dizes?



Do Arlindo, tão cabeçudo e terno escondido como Tu. Já agora sei que eras Professor-Doutor, mas sabes que entre a malta do xadrez, isso não conta muito: eras e serás sempre o Guichard, assim uma espécie de D'Artagnan do Tabuleiro.