05/04/10

DAGOBERTO MARKL

(Foto de Luís Costa - ex Infoxadrez)

Um SENHOR do Xadrez Português..


O Homem que em Portugal mais sabia sobre O XADREZ, um xadrez de coisa amada como paixão.

Conhecia algum do seu legado multifacetado na Historiografia , conhecia os seus escritos sobre xadrez... e que escrita! De paixão, de arqueologia, de comunicação afectiva, de “arejo” cultural, depois de horas, meses , anos de pesquisa! Sem o conhecer pessoalmente, conhecia-o naquilo que caracterizava a sua universalidade , o seu “Nada do que é Humano me é estranho” de Terêncio.

Por “descruzamento” de caminhos, nunca nos encontramos, nunca comunicamos, mas para mim o Dagoberto foi sempre uma figura tutelar no Xadrez Português, na história do xadrez Português, daquele tipo que para mim seria e será o “ SENHOR” Dagoberto Markl (que se calhar ele nem gostaria, pelo que se conta da sua humildade)!

Assim, sem saber o que dizer, que outros que o conheceram o farão melhor, e o que escreveu o R no Xadrezismo é de uma comovida, bela e dolorosa homenagem, como só é possível pelo ferrete cravado em nós pela personalidade de uma Grande Homem, como foi o Dagoberto Markl


Para a família e para esse grande e venerável clube que é o GX Alekhine, da minha parte e do meu Clube, o Grupo de Xadrez do Porto, a tristeza mais sincera pelo desaparecimento de uma dos grandes nomes do xadrez nacional.


No seu sono descansa a noite,
Mais tranquila a sua presença

Dádiva de não nos pertencer
Calma clarividência de morada
No interior dos nossos olhos.


Na sua imobilidade,

O caminho do nosso regresso

Respiração sincopada
Em cada linha até à casa oitava
Coroação, recolhido aceno...devagar.

Arlindo Vieira

1 comentário:

  1. Poderia expressar o meu reconhecimento a Dagoberto Markl em diversos sites mas prefiro fazê-lo aqui, local de excelência para o efeito:

    Tive o previlégio de estar presente no lançamento do seu livro "Xeque-Mate no Estoril", na SPA em Lisboa em 2001, bem como assistir a diversas conferências suas, por ocasião do dia mundial do xadrez (por falar nisso, onde anda ele?), bem como outras, no âmbito de cursos de treinadores, etc, tudo isto antes mesmo de vir a ser seu colega de clube, onde, ironicamente, pouco nos cruzámos, em face da escassa actividade desportiva de ambos na época...

    Fica porém a memória de ouvir alguém falar de xadrez não só com veneração mas, acima de tudo, com conhecimento de causa obtido à custa de um esforço de investigação e aprendizagem próprias...Num tempo de redes globais de informação, Dagoberto era o tipo de pessoa que podia olhar numa direcção diferente das demais e pôr-nos a pensar de modo autónomo.

    Mais um grande que parte!

    Os meus sentimentos à família e agradecimentos, em nome do GX Alekhine, ao "Xadrez Memória" e ao GX do Porto, pela homenagem aqui prestada.

    (Arlindo, podes crer que, se um dia cumprimentasses o Dagoberto, bem podias dispensar o "Senhor"...)

    António Castanheira

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