06/11/09

INTERLUDI (C) O POÉTICO


Escrito vai para muitos anos noutro contexto.
Hoje em estado poético de má poesia e como o dia, chuvoso, amargo, cinzento. Não tiro uma vírgula. Fora do tom, da melodia do Xadrez Memória, mas hoje algo desmemoriado que não desmiolado.
Assim, caros leitores aí vai poesia da minha e da pior!Para quem quiser enfiar barretes, carapuças.

Na 1ª parte uma brincadeira com incursões minhas extractos adaptados de três grandes poetas portugueses que não digo, porque certamente adivinham. O resto é verdadeiramente meu e assumo! “ O xadrezinho português…Penso Eu de Que!” Digamos que é uma brincadeira séria, muito séria! Irritem-se, encarapucem, sorriam, enraiveçam! Saiu, está saído! Acreditem ou não, com certa ironia, ou com uma boa dose de vítrolo, é o que muitas vezes penso deste nosso xadrez. Amo o Xadrez e talvez por o amar tanto, consigo distanciar-me do Xadrez Português para o rever em toda a sua miséria, em toda a sua confrangedora debilidade estrutural e sobretudo Cultural!

Farto de alianças contra-natura no xadrez português, do estar ao lado de quem contra nós esteve, farto de ver amigos desavindos, de regulamentos estúpidos, da caminhada para uma morte anunciada.

Ó Cristo…Vem cá abaixo ver isto!
Mas…Isto o Quê?
Então , não Vês?
A Miséria do Xadrez Português!


O Xadrez Português a nú é horroroso!
O Xadrez Português cheira mal da boca!
O Xadrez Português é o escárnio da consciência!
Se o Xadrez Português é assim …
Eu prefiro jogar dominó!


Mas é assim tão mau?
Bem…
“ Neste país de monólogo, do fala-só, muito poucos
conversatam uns co’os outros,
e é sempre uma conversata
triste e chata,
um não-ter-que-dizer que não se esgota
senão em palavras pela boca fora”.


Pode lá ser!? Não será bem assim!


É …É!
No dize-tu-direi-eu
Muitos diziam que
Quer dizer é como quem diz
Que o mesmo é não dizer nada
Tenho dito


Mas dizes tão mal do xadrez português?
Dessa malta tão pura tão dedicada,
tão amante do xadrez português?


Eu? Cruzes! Ó Mestre! “ Les Portuguex…
não pensam noutra coisa
senão no arame, nos carcanhóis, na estilha,
nos pintores, nas aflitas,
no tojé, na grana, no tempero,
nos marcolinos, nas fanfas, no balúrdio
e …sont toujours gueux,
mas gosto deles porque só não querem apanhar as nozes…”



Mas…já começou a corrida, ou não?
Sim! “ Todavia o manguito será por muito tempo
O mais económico dos gestos!

(Pedido de empréstimo a três grandes poetas portugueses, com acrescentos meus)




O xadrezinho português…Penso Eu de Que!





O xadrezinho português!
Gosto do xadrezinho português!



Da figura, da figurinha, do figurão,
Do cágado, lebre e papão
Do tarado, parado, celerado, pato-bravo e cagão.



Do dirigente alado, montado, coroado,
Que de tanta ambição, à primeira dificuldade
Borra-se no chão… Estatelado.



O xadrezinho da… Quezília,
da guerrinha de bairro, de rua,
Da polémica anémica,
da procura imberbe
Da…” a minha é maior do que a tua!” .





Das federações, associações, e outras congregações
Que democraticamente nos governam,
amorosamente Por nós zelam…
Como bêbados aos tropeções.



Dos ditos conselhos fiscais, Jurisdicionais e
Outros que t (ais!),
Contem lá , para que servis,
que vos move Adoráveis serviçais?



O xadrezinho português



Dos dirigentinhos, dirigentecos, dirigentões,
Miminho, malandreco, sargentão,
Que de tanto fervor, eficácia, devoção
Mais parecem detergente sempre-à –mão!
Quem vos deu carta de condução?



O xadrezinho português



Dos planos de fomento, fumento, fumo, fumeiro,

Presunto serrano, salpicão de talha,
Que a mama vai dando pr’a quem calha.



Da mama, da maminha, do mamão
De todos aqueles,
Que de tanto se habituarem à teta
Acabaram com problemas de… Dentição.



Do crítico mordaz, catrapuz, catrapraz,
Aprendiz de Eça, Ramalho e Fialho,
A esconder a intelectual impotência a…
Pílulas de alho.



Do sacaninha encartado
em anjinho transformado
Pulha assumido, que de tão ridículo, se torna…
Bobo consentido.



Dos caluniadores de serviço,
difamadores crocodilórios
Que de tanto abanarem a cabeça, de tanto ir ser,
disseram-se, parece que…
Sai-lhes areia do toutiço.




Dos apocalípticos e desintegrados
Que de tanto apregoarem o “fim do mundo”
Quando ele chegar, vão ficar todos…
Cágados.



Da copofonia militante,
do orgulho da jogada de garrafa
do jibóiar olímpicamente em…
imensa ressaca.




Dos GM,MI,MF, mercedes benz, ferraris
e outros títulos sonantes de campeão,
sou do Povo, Confesso-vos uma coisa… néctar,
só… De garrafão.


O xadrezinho português



Do clube de tasca,
Clube pirata, Clube fantasma,
Aparecer, aparecem…
pr’a taça ou Massa!



Das antecipações, adiamentos,
faltas de comparência Demência,
falta de decência Excrescências,
minudências, dependências.



Dos regulamentos são pr’a jumentos,
Elasticidade, compreensão, amor e carinho, precisa-se.
Tanto regulamento, cansa!
Desculpe…a menina dança?
Regulamentos da fide, federação? Porque não os meus?!
Viva o xadrez português! Tudo a monte e fé em deus!



O xadrezinho português



Do jovem talento, portento,
momento…
Sonolento,
Menino intuição, ilusão
Menino adiado, menino mimado.
Hás-de ser titulado, vais longe, longe…
mas Velhinho na tua funcional repartição.




Do paizinho babado, empinado,
Com tal geniozinho rebento,
Que de tão cego, tão cego,
Não consegue distinguir …
Um nabozinho de um talento.




Do “piço”- “neca” que nada jogas,
Mas que no teu clube és o maior,
quando ele está vazio,
Que passas horas infindas a desfazer os pobres relógios de vez
Numa contabilidade livresca de rápidas, rapidinhas, rapidez…
Viva o xadrez tântrico! Abaixo os camarinhas do xadrez !



Dos treinadores, habilitados, desabilitados, cursados, encartados
Diplomados, sóis tão mal tratados!
Podeis não perceber nada de xadrez
Mas o desvelo e carinho demonstrado,
Não merecia o vosso xadrezístico olho
que dos treinados em vez de jogador.. Saísse repolho.




Dos árbitros , coitadinhos, tão compenetrados,
Horas e Horas a ler regulamentos,
Minutos a minutos os interpretais, Revoltem-se!
Do que vocês precisam é de…
Apitos e cacetes letais.




Dos da metáfora, metafórica, arredondada, escrita conteúdo oco, “ Menino Deus em metáfora doce” , cú empinado barroco,
De tanto vos ler, fico com fome imensa,
Procuro carne suculenta, sai-me…
O osso.




E tu, Arlindo Vieira, escriba e bloguer de Memória Xadrez
Porque não te pões no mercado?
Podia ser por sms, ou por cabo!
Para quê tanta miserável rima e verborreia?
O que pretendes com tanta camioneta de areia ?
O que te traz, tu que és daqueles que…
Nada faz?!
Poso confessar-te uma coisa?
Apenas e só porque quero desfazer-me ...
desta diarreia!




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